sábado, 12 de dezembro de 2009

A TORCIDA QUE MANDA.

Anunciei aqui uma informação que eu tinha, e que era vista como certa. Dava conta das negociações, bastante avançadas, para ter o ex-jogador Antonio Carolos como técnico do VASCO em 2010. O que ninguém esperava, inclusive eu, era a reação da torcida, rejeitando esse nome de forma peremptória. Por que a rejeição? O aspirante a treinador, quando jogava no Juventude-RS, se envolveu num episódio em que externou seu rascismo. Foi julgado e punido por isso. Se declara arrependido e diz que o fez em momento de forte emoção. A mesma lenga-lenga de sempre. Ora, se alguém em momento de raiva ofende um semelhante, usando a cor do adversário como mote pra ofensa, é porque acredita que isso, ter uma cor "diferente", é ofensivo. É a forma de externar com clareza o quão inferior e abjeto você julga seu oponente, apenas por conta da cor de sua pele. Se declarar arrependido é pouco. É preciso vencer o preconceito, a ponto de em outro momento de raiva, arrumar outra forma de ofender o adversário, sem considerar, de forma sincera, a sua cor como ofensa eficaz.

Se Antonio Carlos está mesmo arrependido, eu não sei. O que sei é que a torcida vascaína, orgulhosa da nossa história de lutas contra o preconceito e contra o racismo, disse, mais uma vez, um NÃO rotundo à essa forma abjeta de discriminação. O acerto que era dado como certo, retrocedeu. Pressionada pela reação da torcida, a diretoria recuou e partiu em busca de um novo nome, desmentindo boa parte da imprensa e esse blog. Desmentido que, pela forma como ocorreu, assumo orgulhosamente.

Vagner Mancini não tem um currículo fantástico. Está na estrada, como treinador, há uns 7 anos. Tem como título mais expressivo a Copa do Brasil, com o Paulista. Se conseguir levar o VASCO à conquista desse título, para nós inédito, já estará bom. Muito embora a expectativa da torcida seja bem maior. Gostei do nome. Essa renovação é sadia. Tem uma leva de muitos bons treinadores surgindo. E o melhor - sem a empáfia e a arrogância de certos figurões. São profissionais mais simples, com o linguajar mais "boleiro", menos estrelismo e não, por isso, menos competentes. Boa sorte ao nosso novo comandante.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Léo Gago, Élder Granja, Gustavo, Caíque, Geovane Maranhão, Jumar e Marcio Careca. O VASCO cumpriu a promessa de apresentar 7 reforços até sábado. De quebra anunciou o novo treinador.

* Não são nomes muito empolgantes. Nenhum craque consagrado. Mas para quem pretende disputar TODOS os títulos de 2010, elenco grande e qualificado é imprescindível.

* Rafael Sóbis e Rafael Coelho devem ser anunciados até a próxima semana. O Herrera ainda é sonho distante.

* Os que chegam, somados aos que ficam, formam um grupo muito bom. Se esses jogadores encarnarem o espírito vascaíno, pode dar liga...

* Em tempo: quer realizar o sonho de ver Cabañas, o matador de urubu, vestindo a camisa do VASCÃO? Junte-se a nós: QUEREMOS CABAÑAS NO VASCO. Faça uma visita e veja que é possível.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O DOUTOR E O FUTEBOL.

Assisti recentemente, na TV paga, uma entrevista com o Doutor Sócrates. Ele mesmo, o ídolo corinthiano dos anos 80 e de todo amante do bom futebol. Sócrates reproduziu nas suas respostas toda a inteligência e elegância que foram a marca do seu futebol. De nível intelectual muito acima da média observada entre os boleiros, o Doutor continua o mesmo sujeito irônico, quase debochado, principalmente quando percebe na pergunta alguma dose de maldade ou ignorância mesmo. Nada que o faça perder a elegância. Pelo contrário, destila sua irreverência com a mesma altivez com que desfilava e dominava o meio de campo. Dentre muitas coisas que falou, revelou que está trabalhando em sua tese de mestrado (é ou não é acima da média?). Vai defender a idéia de que o futebol perdeu espaço. Não na mídia, onde tem mais espaço que precisa, fazendo a farra de muito jornalista imbecil e despreparado. Mas no campo de jogo, o espaço físico, uma vez que o elevadíssimo nível de preparação física tornou o futebol um jogo "quadrado", segundo suas próprias palavras.

O termo quadrado vem bem a calhar. Não sei se foi usado por influência da propaganda de cerveja, ou se apenas reproduziu o senso comum, que sugere a idéia que quadrado é tudo aquilo notadamente chato, insosso, retrógrado, sem sabor, previsível, sonolento. É ou não é a definição perfeita para o futebol jogado hoje em dia? Disse ainda que o resultado de uma partida se define não pela capacidade criativa de quem vence, mas pela falta de atenção de quem erra e se permite ser derrotado. É exatamente isso que vemos: Vence aquele que erra menos, num pragmatismo entediante. Não há o jogador diferenciado, que resolve, em jogadas geniais, o rumo de um campeonato. O último a fazer isso foi o Edmundo, em 1997, há 12 anos atrás.

Como solução, o Doutor sugere aumentar o espaço do futebol. Em sua tese, vai propor a redução do número de jogadores - de 11 para 9. Ele acredita, e eu também, que assim vão surgir os espaços necessários que permitam ao craque voltar a fazer diferença. A outra solução, aumentar o campo de jogo, seria muito mais dispendiosa; muito estádio seria inutilizado para a prática do futebol, uma vez que mal comporta um campo nas medidas atuais...Como reflexão, sugiro aos amigos mais novos, que não viram o futebol dos anos 80, que assistam nas férias uma partida disputada há 20, 30 anos atrás. Vão poder observar como o jogo era mais cadenciado, mesmo numa decisão. As grandes jogadas se sucediam, tornando o espetáculo muito mais agradável e "redondo".

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Antonio Carlos vem aí. O Zago e o Gago. Não parece um início muito promissor, mas...

* A se confirmar a contratação, é bom lembrar ao Sr. Zago que São Januário, por sua belíssima história, não comporta manifestações de racismo.

* Nunca nos deram nada de graça. Nunca um título caiu do céu. As dificuldades e os obstáculos são o combustível que faz de cada vascaíno um vencedor.

* A vaia deselegante e desnecessária, dirigida ao nosso presidente que se esforçava pra parecer gentil e educado, desnuda o quanto a LEGITIMIDADE DO VASCO, com sua história verdadeiramente popular e imaculada, incomoda essa corja imunda. Mostra ainda quão parcial é essa imprensa asquerosa - Nenhuma palavra de censura a esse comportamento despeitado e mesquinho foi escrita.

* É bom demais torcer por um clube que não tem UM ÚNICO TÍTULO CONTESTADO. Deve ser muito desagradável ser taxado de usurpador de título alheio...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

FIM DE PAPO.

Acabou o futebol 2009. Nós, vascaínos, atingimos o objetivo. Não foi um ano pra se recordar. Fizemos apenas o suficiente, nada mais. Disputamos três competições. Ganhamos a única em que não havia desculpas que justificassem o fracasso. Ganhamos apenas o que era obrigação ganhar. Mas não foi um ano perdido. Hoje temos um patrocinador master compatível com a grandeza do VASCO. Temos um fornecedor de material esportivo que se esforça para estar à altura da responsabilidade que é vestir o VASCO. São mais de 15 milhões de vascaínos para serem vestidos. Temos ainda, ao fim da temporada, o que não acontecia há tempos, um esboço de time. Reforços são necessários, e serão sempre bem-vindos. Reforços, aliás, que já estão chegando. A expectativa da torcida para 2010 é a melhor possível. Depois de uma década perdida, tingida com a cor de apenas um título carioca, o de 2004, a esperança de dias melhores renasce.

O ano termina com o futebol carioca eufórico. Os títulos nas séries A e B, o milagre tricolor, e ainda o final dramático e feliz do Botafogo, podem fazer crer que o futuro agora é promissor. Não é. Dessas conquistas, a única previsível era o título do VASCO. Não porque foi o VASCO. Apenas porque o VASCO foi o único dos quatro que se programou e se organizou para conquistá-lo, em que pese tenha tido a tarefa mais fácil. O resto foi obra do acaso. Espasmos, que no caso rubro-negro, se não mudar a estrutura de seu futebol, só se repetirá em 17 anos. O futebol carioca precisa se estruturar, se organizar. Inclusive o VASCO.

Curtas:

* E o Dorival pode voltar sem sequer ter ido...

* Das contratações já anunciadas, o Léo Gago é o melhor nome. Muito bom jogador.

* O Rodrigo Caetano está fazendo um excelente trabalho. Criterioso nas contratações, indica jogadores depois de muita observação. Muitos vão vingar, podem ter certeza.

* Versão para "Pelados em Santos"??? Ô torcidinha cafona !

* Fodam-se a CBF, a globo e a cerimônia de premiação...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

ESCANCAROU DE VEZ.

Que a emiçora câncer tem preferência clara por um clube do Rio, é fato. Desde que surgiu, a rede globo adotou a corja da gávea como clube oficial da emiçora. Na década de 70, emanou de dentro dos gabinetes do Jd. Botânico a decisão de fazer do Sr. Marcio Braga presidente do clube. Há, inclusive, uma pesquisa, que se tornou tese de doutorado da Drª Marizabel Kowalski, onde os indícios e provas de que essa "popularidade" foi forjada estão elencados, comprovando o que já se suspeitava.

Acontece que nestas últimas rodadas do brasileiro 2009, a preferência descarada se aproximou do ridículo. Começando pela edição de "O Globo", no domingo do jogo Urubus x Goiás. Na página dedicada às matérias do time da gávea, aparecia, no canto inferior direito, instruções à torcida mulamba acerca do tal mosaico de 92 mil peças. Ora, um jornal dedicar um texto que tem como função orientar o torcedor como proceder para que o mosaico saia bonitinho é dose. Pensei que esse fosse o limite da desfaçatez. Mas hoje, no globo esporte, a Glenda anunciou que a emiçora câncer vai colocar 3 telões pela cidade. Nada justifica fazer isso por um clube específico, a não ser apoio descarado e deslavado. Apoio que deveria ganhar, definitivamente, contornos oficiais. Seria muito mais bonito a emiçora divulgar uma nota, declarando oficialmente sua preferência e apoio ao rubro-negro.

Quero deixar claro que não tenho nada contra a tal emiçora apoiar esse ou aquele clube. Mas que o faça de forma honesta, clara. Não dessa maneira dissimulada e nojenta com que faz há 40 anos. Essa atitude tira a legitimidade das matérias veiculadas em apoio ou exaltação ao VASCO, que é o que me interessa. Soa condescendente, falso, demagógico. E o VASCO não precisa disso. Somos o que somos por único e exclusivo sacrifício e dedicação de cada vascaíno. Nos tornamos esse clube gigantesco, com 15 milhões de torcedores, graças, exclusivamente, ao poder de sedução da Cruz de Malta, a quem dedicamos amor e fidelidade eternos. Cada medalha exposta em nossa sala de troféus é legítima, conquistada com suor e dedicação. Isso nos faz orgulhosos de nossa história. Uma história grandiosa, limpa e honesta, sem a mancha do "artificialismo", que ilustra o passado e o presente de clubes bem menos honrados...

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Começou a era da conjugação dos verbos no futuro do pretérito. É um tal de "O VASCO teria feito...", "Fulano de tal teria sido sondado...", "Sicrano conversaria com o vice de futebol hoje à tarde...". Tudo lenga-lenga.

* Há a informação de que o técnico já está escolhido e apalavrado, faltando apenas acertar pequenos detalhes. Anúncio oficial terça-feira. Não é Mário Sérgio, para alívio geral na nação cruzmaltina.

* Leia mais sobre a farsa rubro-negra aqui e aqui.

domingo, 29 de novembro de 2009

O ROBERTO, O ROBERTO !!!!!!!!!

Hoje o Papo na Colina começa uma nova série. Estaremos publicando textos de amigos e leitores que estão por aqui com a gente. Começamos por um grande amigo de Fortaleza. O Antonio é vascaíno praticante, como ele mesmo faz questão de frisar. Veio de família de vascaínos, e, mesmo longe do Rio, acompanha o VASCO de perto, sempre que pode. O texto fala da incrível final do campeonato carioca de 1981. A segunda partida, antológica, foi disputada numa quarta feira à noite, chuvosa. Muito chuvosa. Mas o resto, o Antonio conta...

Por Antonio Estevam Neiva

"Era o dia 2/dezembro/1981, uma quarta feira, e o professor de processo civil insistia em não acabar a aula do horário CD noite, muito embora ocorrendo o segundo jogo da final do campeonato carioca entre VASCO e Flamengo.

O VASCO havia vencido o primeiro jogo e necessitava de mais duas vitórias, por conta de um regulamento maluco, para sagrar-se campeão.

Terminada a aula, peguei um DOJÃO (Dodge Dart) que tinha, na verdade USAVA, pois pertencia ao meu adorao pai, e voei para casa.

Acho que dava para ver o marcador de gasolina baixando, pois os 208 HP de um motor V8 bebiam mais que pinguço em carnaval.

Cheguei em casa e não havia ninguém. Haviam todos, imaginava, saído pra casa do cunhao do meu irmão mais velhopara um compromisso social, e lá assistir o jogo. IMAGINEI que não havia ninguém em casa.

Quando cheguei, o jogo já estava praticamente nos 10/15 minutos finais.

A tensão era imensa. O marcador não saia o "ôcho" - 0x0, como dizia o falecido comentarista Geraldo Brêtas, de São Paulo, da extinta Tv Tupy.

A pressão vascaína grande, e o Flamengo de Zico e CIA resistino a tudo.

A chuva que caia no Maracanã era de matar sapo afogado, parecendo que o campo era despojado de drenagem.

43 minutos o segundo tempo, e uma bola mal cabeceada por um zagueiro do Flamengo chamado DEQUINHA sobrou nos pés o Roberto Dinamite, que avançou e marcou um gol sensacional e importante, transferindo heroicamente a final para o domingo.

Fiquei louco dentro de casa, gritando gol aos berros, com a vitalidade dos pulmões de quem nunca fumou e com apenas 18 anos.

Foram gritos estridentes, acho que ensurdecedores, daqueles que acordam a vizinhança, além de corrias e pulos loucos dentro de casa.

Nisso abre uma porta e vejo uma senhora de "chambre - é o novo", ofegante, apavorada com os gritos, sair o quarto que era da minha irmã, com a mão no peito e perguntando o que tinha acontecido.

Eu não parava e gritar e somente respondia: O ROBERTO, o ROBERTO, o ROBERTO...

Ela perguntou: Que Roberto, que Roberto, morreu, morreu ?????????

Eu disse não, O Roberto marcou um gol.

Ela verdadeiramente apavorada voltou para o quarto, com a respiração ainda ofegante e me repreendeu com veemência.

Era minha querida avó Ritinha, que passava uns dias conosco e não aceitou o convite para sair, tendo ficado sozinha em casa.

Para quem conheceu minha avó, ela deu um suspiro que era algo como "chipáááááááá"...

Saudades grandes, dela e do meu pai, que juntos estão no céu."

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Parabéns aos jovens jogadores dos juniores do VASCO que venceram o tradicional OPG, torneio de fim de ano, na final contra o Madureira.

* Em tempo - Nossa homenagem ao grande AMÉRICA. Seja bem vindo de volta à primeira divisão do campeonato carioca.

* Vi grandes times do América. Lembro bem das finais o campeonato carioca de 1982, vencido pelo VASCO. Um dos jogos finais foi contra o Mequinha. Maracanã cheio e a torcia rubra ocupando sua metade da arquibancada. Saaaaangueeee, Saaaaangueeee...era o grito de guerra que se ouvia alto. Eta, eta, eta, é sangue de .... era a resposta que nossa torcida dava imediatamente. Bons tempos. Grande América.

sábado, 28 de novembro de 2009

MELANCÓLICO...

Graças a Deus o pesadelo acabou. E acabou com a cara da série B, de forma melancólica. Sei que vai haver aqueles que vão ler essas linhas e vão dizer - Cara, tu é muito exigente, fomos campeões. Porra, não sou VASCO para sublimar derrotas para times que lutam para não cair para a 3ª DIVISÃO. Esperava 2 vitórias nas duas últimas rodadas da competição. Vi o time jogar um futebol descompromissado, desinteressado e digno de 2ª divisão. Mas isso serviu para deixar bem claro, sem dúvidas, que o elenco é fraco. Repetimos isso à exaustão por aqui. Ano novo, vida nova, elenco novo. Ou quase todo novo. Precisamos de muitos reforços de qualidade. Pelo menos uns seis jogadores para serem titulares. A diretoria tem um mês para, a exemplo do ano passado, montar um time para voltarmos a disputar títulos. É o que a nação vascaína espera. É o que o VASCO merece.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

CRÔNICA DE UM DIVÓRCIO ANUNCIADO

Aqui estou eu de volta. Após um breve descanso volto para falar do fim da "Era Dorival Junior". Hoje à tarde, na casa do presidente, chegou ao fim o casamento do Dorival com o VASCO. Por que não houve a renovação? Tenho a informação e vou dividí-la com o leitor do "Papo na Colina". Antes de esclarecer o que houve, cumpre lembrar um fenômeno que ajuda a entender o ocorrido. É de conhecimento de todos que há pouco menos de 2 anos atrás, o VASCO viu encerrar o reinado do Eurico Miranda. Encerraram-se também as enormes restrições que a imprensa enfrentava para fazer seu trabalho de informar o torcedor acerca do dia-a-dia vascaíno. Roberto, de espírito conciliador e democrático, permite que esse trabalho seja feito sem obstáculos, o que é ótimo e admirável. Acontece que alguns ajustes precisam ser feitos. Essa liberdade recente permitiu à imprensa ter acesso a algumas informações, nem sempre de fontes confiáveis, que acabaram por tumultuar o ambiente em alguns momentos. E foi exatamente isso que causou o desgaste irreparável que acabou por afastar o Dorival Júnior do VASCO.

Não é de hoje que o comandante se aborrece com algumas informações que são divulgadas na imprensa. Muitas delas, que não poderiam ter vazado, por pouco não atrapalharam o desenvolvimento do trabalho. Não fosse a habilidade do Rodrigo Caetano e a paciência e boa vontade do próprio Dorival, o caldo poderia ter entornado antes. Mas as informações divulgadas essa semana selaram o destino da relação VASCO x Dorival. A diretoria vascaína não engoliu a notícia de que o presidente do Grêmio havia considerado a pedida do técnico vascaíno alta. Ora, se houve uma recusa é porque houve uma proposta. E como pode o Dorival negociar com o Grêmio, a ponto de estipular valor de salário, se ainda tem contrato com o VASCO e sequer ouviu as condições que a diretoria pretendia oferecer para mantê-lo? O Dorival jura que não tratou de salário com o Grêmio, e não escondeu a irritação com a divulgação de suas negociações com o time de Porto Alegre. O vice de Futebol do VASCO, por sua vez, não escondeu o descontentamento com as possíveis conversas entre Dorival e o Grêmio. Como confiança é condição sine qua non para uma relação dessa natureza, e ficou arranhada depois desse episódio, ambas as partes optaram pelo fim amigável da relação. Eis aí.

O VASCO segue seu caminho. Sua história de 111 anos permite afirmar que seguiremos vivos. O Dorival fez um excelente trabalho. Merece nossa gratidão e nossos votos mais sinceros de felicidade e sucesso. O novo comandante chega com a responsabilidade de dar continuidade ao ótimo trabalho deixado. Minha opinião pessoal: Foi bom. Já havia sinais de desgaste. Dorival havia extraído o máximo possível desse elenco limitado. Vida que segue. Vários nomes cogitados. Aposto em Silas. Podem me cobrar depois.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* A média de público do VASCO em jogos no Maracanã superou os 50 mil pagantes. Defendi a estréia na série B no maior do mundo. Continuo defendendo jogar sempre que possível lá. São Januário é bom pra jogo encardido, tipo Libertadores. Aí o caldeirão ferve e faz a diferença.

* As especulações seguem quentes. Não vamos esquecer que ano passado essa diretoria encerrou o ano com menos de dez jogadores no elenco. O trabalho foi feito e o resultado todos viram. As expectativas da torcida esse ano são maiores. Da diretoria também. Deixa os caras trabalharem...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O FIM DE SEMANA.

Sábado no Maracanã, o VASCO não foi o que eu esperava. Admito que alimentei falsas expectativas porque permiti que a paixão de torcedor falasse mais alto que a razão. Esse time do VASCO, mesmo com todos os titulares, não é capaz de jogar um futebol bonito e envolvente. Mesmo em circunstâncias muito favoráveis, como foram as circunstâncias de sábado. Jogamos contra um time ruim e virtualmente eliminado, sem pretensões reais. E nem assim fomos capazes de vencer, imagina jogar um futebol vistoso. O que me deixou indignado foi a falta de compromisso da maioria dos jogadores em campo. É preciso que se diga, mais uma vez: Não importa o adversário nem o campeonato, o VASCO tem sempre a obrigação da vitória. É com esse espírito que os jogadores que envergam o manto cruzmaltino devem entrar em campo. Sabemos que é impossível vencer indefinidamente. A derrota faz parte da caminhada. O que não podemos admitir é falta de compromisso com a vitória. Nunca. Nem em jogo de entrega de faixas, como foi sábado.

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Defendo uma lógica, um pouco contestada por outros vascaínos, acerca do rebaixamento do flu e do bota. Não quero que nem um, nem outro caia. Explico porque: Tenho esperanças que em 2010 o VASCO entre no brasileiro para disputar o título. Na realização desse feito, ter flu e bota na primeirona significa ter mais dois jogos no Rio, com maioria de torcedores do VASCO, como sempre acontece em duelos contra esses rivais, e ainda, são dois adversários contra quem estamos acostumados a ter sucesso. Esses dois jogos a mais no Rio, além de significar duas viagens a menos e, logo, mais descando para o time, podem significar os seis pontos que farão a diferença na hora de levantar a taça. Claro que concordo que um time que almeja realmente ser campeão não deve escolher adversário nem campo. Entra, joga e ganha. Mas vocês hão de convir, ganhar na presença contagiante da nossa torcida é bem melhor.

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Os clubes do Rio estão conseguindo fazer uma excelente campanha nesse fim de campeonato. Mas não se enganem, isso se deve muito mais ao péssimo nível dos adversários que à melhora sensível das administrações do futebol carioca. Continuamos devendo muito, em estrutura, aos outros centros do país. É ilusão acreditar que a beleza e a presença em grande número da torcida carioca, somada ao charme e a "malandragem" do carioca são suficientes para manter os grandes daqui em evidência. Já está mais que provado que não é suficiente. É preciso investir em estrutura, planejamento e profissionalismo. Agora, depois que o Rio tiver isso, sei não. Vai ficar ruim de segurar...

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Continuam as negociações para a renovação do comandante. As notícias dão conta que o acerto está ficando cada dia mais distante, o que é lamentável.

* VASCO x Ipatinga: 78.609 pagantes; Urubus x Goiás: 78.639 pagantes - 30 torcedores a mais. Considerando que o jogo do VASCO FOI TRANSMITIDO AO VIVO, EM SINAL ABERTO, PARA TODO BRASIL INCLUSIVE O RIO, o recorde é nosso.

* Outro mito foi por terra ontem. O mosaico dizia: A MAIOR TORCIDA DO MUNDO FAZ A DIFERENÇA. Deu pra perceber...85 minutos de silêncio constrangedor no Maraca.

* Já disse isso aqui - há dois tipos de amores verdadeiros. Essa tese se fortaleceu ontem...

* Por favor, Celso Roth NÃO !!!!!!!!!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

PENSAMENTOS SOLTOS...

Há 40 anos atrás o Rei do futebol fazia seu milésimo gol. Óbvio que foi num jogo contra o VASCO, clube predestinado aos grandes momentos. Logo ele, o vascaíno, fazendo seu milésimo gol no time que um dia sonhou defender. Por algum capricho dos deuses, ele foi parar no Peixe, e lá fez sua vitoriosa carreira. Mas quem um dia experimentou a sensação de ser vascaíno, nunca mais esquece. A Cruz de Malta, esse símbolo indelével, deixa marcas, pra sempre. O Rei é prova disso. Ao fazer balançar a rede pela milésima vez, adivinhem com que camisa comemorou o gol? Pois é...Pra quem não acredita, aí está a prova.


Foto: Netvasco

Não deve ser coincidência Pelé, Roberto Carlos e Chico Anísio, os grandes do futebol, MPB e humor, respectivamente, serem todos vascaínos. É predestinação mesmo.

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Os Bambis paulistas estão sentindo na pele o que significa ser julgado com severidade pelo STJD. A mesma severidade que nos últimos três anos ceifou as chances dos adversários e deu os títulos de graça àquela corja do Morumbi, hoje se volta contra eles e dificulta, ou quase impossibilita, seu quarto título consecutivo. A outra face dessa moeda, usada no jogo imundo praticado nesse tribunal de pilantras, mostra a tendência cada vez mais forte do título parar na Gávea. A propósito desse assunto, esse que escreve foi interpalado dias desses com a seguinte questão: E aí João, vai secar os urubus ou é pior os bambis serem tetra? Minha resposta, que é o pensamento desse blog: SOU VASCAÍNO. ELES QUE SE EXPLODAM. O que me interessa nesse momento são os dois jogos que nos faltam para encerrar nosso calendário. Depois, é pensar em 2010.

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Hoje comemoramos o dia da bandeira. Então, vá lá - salve o lindo pendão da esperança! Mas isso me faz pensar nos símbolos que representam o VASCO, minha pátria. Sim, sou brasileiro, patriota, mas em primeiro lugar sou vascaíno. Há algum tempo me dei conta que o VASCO é um dos únicos times, senão o único, a não ostentar o escudo do clube na camisa. Isso se dá porque o VASCO possui um símbolo tão forte, tão inconfundível, tão indelével, como foi dito acima, que se sobrepõe até ao escudo, símbolo maior do clube. Senão vejam: O VASCO é alvinegro? Não, o VASCO é cruzmaltino. A Cruz de Malta possui esse poder. Simboliza o VASCO com a mesma eficiência que o escudo. Ambos são belíssimos, ambos são respeitados, ambos são temidos, ambos, onde quer que sejam avistados, significam a mesma coisa: VASCO, com V de vitória.

Lado a lado, duas imagens que representam uma paixão.

E não me venham com essa história de cruz pátea, cruz de Cristo, cruz isso, cruz aquilo. É Cruz de Malta e pronto. Assim quis a nação cruzmaltina, assim vai ser pra eternidade.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Uma onda de Vascainismo tomou conta do Rio. Por onde se anda, há uma camisa do VASCO adornando um vascaíno orgulhoso. O Rio fica mais bonito.

* Somos campeões, mas o campeonato não acabou. Lugar de vascaíno sábado é no Maracanã.

* O maçarico anda ligado; o verão ainda nem começou...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ENFIM, O BOM FUTEBOL.

O VASCO joga sábado contra a Lusa no Maracanã. Joga sem pressão, a não ser a inerente à condição de VASCO - clube compromissado eternamente com a vitória. Já voltamos para nosso lugar costumeiro. Já somos até campeões. É possível que agora, livre das amarras do futebol pragmático, jogando contra um adversário que tem necessidade absoluta da vitória e portanto vai sair pro jogo, a gente consiga ver o VASCO reeditar seu futebol alegre, de muitos gols, de jogadas geniais que há tanto tempo não vemos pelos lados da Colina Histórica.

O VASCO 2009 foi eficiente. Fez os resultados que eram necessários para corrigir os rumos da história. Jogou de forma pragmática. Duas coisas pesaram: A necessidade desesperada de fazer os resultados e a qualidade do elenco que não permitia muitas "firulas". Não quero nem de longe desmerecer esses jogadores que honraram nossa camisa esse ano. Mas seria um ufanismo irracional classificar nosso elenco de brilhante. São, em sua grande maioria, jogadores sérios, dedicados, mas de pouca qualidade técnica. Pra série B, serviu. Com sobras. Já para satisfazer as enormes expectativas da torcida para 2010...

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Já que falamos em reforços para 2010, recomendo a leitura dessa entrevista do Juninho concedida ao jornal O LANCE! e reproduzida no SuperVasco:

http://www.supervasco.com/noticias/juninho-pernambucano-quero-voltar-mas-nao-posso-roubar-o-vasco-58340.html

Observem a sinceridade desse rapaz, vascaíno de corpo e alma: "Não quero roubar o VASCO, só volto se puder contribuir de verdade". Em outro trecho da entrevista, mais uma demonstração de honestidade, daquelas que não se submetem aos chavões nem às verdades criadas pela mídia urubu: "A torcida do VASCO é a melhor do mundo. Falo sem querer fazer média".
O jogador de futebol comum é compelido a dizer que a torcida urubu é a melhor, a mais isso, mais aquilo. O faz porque não tem personalidade, pra fazer média com a imprensa, ou porque não tem caráter mesmo. O craque, de personalidade forte, caráter imaculado, fala o que sente. Não alimenta o paradigma mentiroso. Antes, o contraria, porque o que diz vem do coração. E a propósito - Juninho Pernambucano é o cacete. Pra nós, vascaínos, é Juninho e pronto. Só há um, o ídolo eterno.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* As informações que chegam dão conta da quase certa renovação do comandante. A diretoria trabalha para dar ao Dorival as garantias de boas condições de trabalho que ele pediu. Feito isso, o contrato será renovado até dezembro de 2010.

* Nos corredores de São Januário circula a certeza de que o VASCO vai mesmo apresentar um nome de impacto para simbolizar o projeto 2010. É esperar pra ver.

* O Cazalber vestiu a camisa. Mais que isso, vestiu o sentimento de ser vascaíno. Honras sejam feitas, e contamos com ele por muito tempo. Está no caminho certo pra entrar pra galeria dos grandes ídolos da história.

* E o Edmundo jogando showbol, hein? Desculpem a falta de criatividade - QUE SHOW !!!!!!!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando faltava uma rodada para o fim do primeiro turno, escrevi aqui minhas impressões a respeito da competição e fiz alguns prognósticos. Faltavam ainda 20 jogos para cada time. Observo hoje que acertei mais que errei. A maior surpresa para mim foi o Bugre. Não esperava, sinceramente, que tivesse fôlego para se manter entre os primeiros, depois do início avassalador. A queda de produção apresentada no fim do primeiro turno, imaginei que fosse se estender por todo resto da série B. Queimei minha língua e posso afirmar, sem dúvidas, que o Guarani irá disputar a série A ano que vem.

O Ceará surpreendeu. Deve suas chances reais de subir ao seu técnico, PC Gusmão, e à força de sua contagiante torcida, que deu show no Castelão. Já dizia que acreditava na força do Vovô. Não me decepcionei. Depende apenas de si mesmo e deve subir. Um jogo muito interessante para o VASCO na série A 2010, considerando a imensa torcida vascaína em Fortaleza.

O Atlético-GO fez o que dele eu esperava que fizesse. Já antes mesmo do início da competição, afirmei, baseado no desempenho do Dragão no Goianiense, que seria seríssimo candidato a uma das vagas para primeirona. Se não fez uma campanha brilhante, pelo menos se manteve entre os quatro em boa parte do certame. Ainda não garantiu a vaga, é verdade, mas depende apenas de seus esforços para tal. Torço para que suba. Não tem muita torcida. No Serra Dourada e no Rio o VASCO terá maioria de torcedores, caso o Dragão confirme o acesso.

O Figueira ainda tem chances. Remotas, mas tem. Ganhando os dois jogos que faltam, pode tomar a vaga do Atlético-GO. Fez o que se esperava que fizesse. Esteve sempre rondando o G-4, embora nunca tenha empolgado sua torcida. Corre o risco de ver o rival, Avaí, disputando sua segunda série A consecutiva e ainda classificado para Sul-americana, ou quem sabe para Libertadores, o que para a torcida da Ilha seria terrível.

Lá embaixo da tabela o ABC e o Campinense se empenharam para confirmar meus prognósticos. Nunca deram a impressão de que poderiam se livrar da degola. Não se livraram e irão ilustrar a série C 2010 com suas honrosas participações.

O São Caetano e o Brasiliense decepcionaram. Nunca se mostraram fortes para lutar por vaga. O Brasiliense fez mais - vai acabar a competição lutando para não cair para a terceirona. Caso caia, apesar dos esforços do ex-senador, deve ficar por lá um tempinho.

Os demais clubes fizeram figuração, o que no caso do grande Bahia e do Fortaleza é uma pena. São times de tradição e eu gostaria que tivessem sorte melhor, assim como o Santa Cruz, hoje agonizando na série D.

O campeão? Bom, o campeão todos sabiam qual seria desde 7 de dezembro do ano passado. Era o que se esperava. Foi o que aconteceu.

SERIE B ? NUNCA MAIS, SE DEUS QUISER !!!

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Nomes em profusão rondam a pauta de contratações do VASCO para 2010. Torno a dizer - A prioridade número um é manter a dupla Dorival Junior/Rodrigo Caetano.

* Por falar em Dorival, diz-se que suas exigências não são de ordem financeira. Quer garantias de que os salários sejam pagos em dia e que haja condições de trabalho adequadas e proporcionais às ambições do clube para a temporada 2010. Muito justo.

* O Juninho será sempre bem-vindo. Imaginem um meio de campo com Nilton, Souza, Juninho e Cazalber? Se o ataque estiver à altura...

* A grande maioria dos vascaínos com quem conversei mostram bom senso em destacar que o título da série B, embora comemorado, não está à altura de nossa centenária e vitoriosa história.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

COMEMORAR OU NÃO?

Uma discussão tomou conta da torcida do VASCO: O título da série B deve ou não ser comemorado? A celeuma ganhou força com a decisão da diretoria de pintar em São Januário, ao lado dos títulos mais importantes da história do clube, a inscrição: Campeão Brasileiro da Série B 2009.

Antes de mais nada, quero lembrar as palavras do nosso presidente, ainda no gramado após o jogo contra o América, quando indagado acerca do sentimento que o assolava naquele momento:
- Alívio.
Foi essa a palavra que Roberto usou para expressar seus sentimentos em relação à conquista que acabava de se concretizar: Alívio.

Bom, se uma conquista, ainda fresca, desperta alívio, é porque essa conquista era antes de tudo uma obrigação: alívio do dever cumprido. É exatamente esse o sentimento do vascaíno que conhece a grandeza do clube.

Por mais que ver o VASCO ganhar seja bom, nada apaga o fato de que esse ano disputamos um campeonato de SEGUNDA DIVISÃO. Isso não está à altura da vitoriosa história do VASCO. Tínhamos a obrigação de vencer sim. E vencemos. Daí o alívio, e não a alegria. Os gritos de "é campeão", ouvidos na arquibancada após o jogo, são muito mais frutos da carência de títulos e do sentimento irracional de euforia momentânea, do que propriamente da alegria pela conquista, que no íntimo, todos esperavam que viesse.

Isso em nada desmerece ou diminui o desempenho dos atletas que fizeram parte desse grupo. Pelo contrário, se portaram com dignidade e levaram o VASCO de volta para seu lugar de direito. Os jogadores merecem nossa gratidão e respeito, e é aceitável que eles comemorem a conquista. Eles são profissionais e atingiram a meta que lhes foi proposta no início do ano. Mas o torcedor tem compromisso antes de tudo com a instituição, e esse título não é digno do VASCO.

Que se tire as lições desse ano malfadado e que se vire logo essa página que merece ser esquecida. Ano que vem voltaremos a ver o VASCO jogando ao lado dos seus iguais, no lugar de time grande, como é o VASCO. Espero ver o Maracanã ou São Januário lotados como esse ano, e que no fim do campeonato a gente tenha motivos para comemorar que sejam dignos da grandeza de nossa história.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* A divulgação do público na sexta recebeu merecidas vaias. Era visivel que havia pelo menos 65 mil presentes. O jogo de domingo do flu confirmou essa desconfiança. Menos gente e um público presente maior...

* Disse aqui que esperava 6 vitórias nos últimos 6 jogos do VASCO. Não fosse o empate com o Fortaleza, minhas exigências teriam sido atendidas. Não se trata de adivinhação. É o que se espera sempre de um clube como o VASCO.

* É bom lembrar que o campeonato ainda não acabou. Temos mais dois jogos. Espero mais duas vitórias. Nada de acomodação.

* Começou a temportada de especulações. Em primeiro lugar, que se trate de renovar com o comendante DJ. Ele e o Rodrigo Caetano são os responsáveis maiores pelo sucesso na série B. Que repitam o sucesso na série A.



sábado, 7 de novembro de 2009

UMA TARDE DE AMOR.

7 de dezembro de 2008. O VASCO perdia para o Vitória em São Januário e começava a escrever o capítulo mais triste de sua vitoriosa história. Não lembro bem o que senti naquela tarde. Uma mistura de tristeza, dor, amargura. Essas lembranças ficaram difusas, mas deixaram marcas. Uma ferida havia sido aberta, e doía. Quis o destino que meu amor fosse colocado à prova. Aliás, conheci dois tipos de amor em minha vida. Ambos são eternos - não acredito em amor efêmero - definitivos: O amor que une pais e filhos e o amor que une um torcedor verdadeiro e seu time. Posso afirmar feliz que vivo movido por ambos. Tenho pais e filhos maravilhosos e torço por um clube que atende pelo nome de Vasco da Gama.

O ano de 2009 prometia ser difícil. Um clube despedaçado tentava se reerguer. O começo não foi muito promissor: uma comissão técnica competente, mas jogadores desconhecidos, à exceção do Carlos Alberto. Mas o tempo, senhor da sabedoria, passou. O time de ilustres desconhecidos começou a se impor. Mostrou disposição, quando faltava qualidade; mostrou raça, quando a sorte não ajudou. E o amor, posto à prova, resistia, firme e convicto. O campeonato Carioca, logo no início do ano, serviu pra mostrar que amor de verdade não sucumbe jamais. Lá estava a torcida do VASCO, ainda triste, ferida, mas como convém à uma boa história de amor, ao lado do clube amado. Dizendo em alto e bom som: Estamos aqui, ao seu lado. O sentimento não parou e nem vai parar.

Pois o clube da "segunda divisão" venceu TODOS os rivais no Carioca 2009. Em TODOS os jogos, contra esses rivais, nossa torcida foi maior. Na maioria das vezes, MUITO maior. Não vencemos o Carioca. Nem precisava - O orgulho voltava, mais forte. Na Copa do Brasil fomos às semi-finais. Eliminados pela incompetência do árbitro, não pela superioridade do adversário. Nesse momento o VASCO mostrou sua grandeza. A torcida cobrou a eliminação. Lógico, aqui é VASCO. Não importa a divisão nem o campeonato. Num recado claro, talvez um pouco impaciente, a torcida lembrou nesse momento que nascemos pra vencer.

Desgastado pelas competições do primeiro semestre, o VASCO atravessou um pequeno momento de instabilidade. Nada que abalasse o orgulho e a confiança que já haviam sido reestabelecidos. As cobranças surgiram, como é normal num time da grandeza do VASCO. Passadas algumas rodadas de relativo insucesso, retomávamos o caminho das vitórias para não mais deixá-lo.

A torcida continuava dando um show. Onde o VASCO jogasse, as demontrações de amor e paixão surgiam fartas. Nossos torcedores enchiam os estádios pelo Brasil afora, reafirmando o que haviam dito no início do ano - Estamos juntos. O sentimento está mais vivo que nunca, pulsando, e não vai parar. No dia 22 de agosto, até o mais cético sucumbiu: o VASCO ia jogar pela 19ª rodada do campeonato da segunda divisão - é isso mesmo, 19ª rodada, meio de campeonato, o jogo não valia nada, e era um campeonato de segunda divisão - a única coisa de excepcional que havia era um dos times que estaria em campo: Club de Regatas Vasco da Gama. Pronto, isso bastava. 80.000 pessoas se dirigiram ao Maracanã para dar a primeira prova incontestável de amor. O Brasil assistiu atônito, ao vivo na globo, o clube de segunda divisão bater o recorde de público de TODAS AS DIVISÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO, para assistir a uma partida que valia apenas 3 pontos, nada além disso, 3 pontos pela 19ª rodada...Se isso não é amor, o que mais seria?

A partir daí, o vascaíno passou a sorrir fácil de novo. A imprensa afrontada com tamanhas demonstrações de amor e grandeza admite: Não se derruba um Gigante como o VASCO. O retorno agora é apenas questão de estabelecer "quando". "Como" não era mais problema: Se em campo o time claudicava, na arquibancada a torcida intimidava os adversários e mandava o recado: Vamos subir VASCO !!! Embalado pela melodia fácil e bonita, o time respondia em campo e as vitórias iam se sucedendo. Um tropeço aqui e outro ali já eram tratados como contingências normais. O processo de reerguimento agora era irreversível, todos sabiam.

********************************

7 de novembro de 2009. O VASCO entra em campo e é recebido por 82.000 torcedores, amantes, apaixonados. Faltavam agora 90 minutos pra história retomar seu curso normal. Quase não vi o jogo, admito, emocionado que estava. O que acontecia em campo naquele momento era irrelevante. A vitória viria, não tinha dúvidas. O que me prendia a atenção era o sentimento que exalava das arquibancadas do Maracanã. Era tão intenso, tão arrebatador que parecia condensar. Em cada rosto, em cada olhar, o orgulho de ser VASCO era nítido, indisfarçável. Senhores, esse é o maior patrimônio que um clube de futebol pode querer: O AMOR INCONDICIONAL DE SEUS TORCEDORES. Olhando sob esse prisma, posso afirmar sem medo de ser exagerado: Naquele momento, o VASCO era o clube mais rico do mundo.

Fim de jogo. Explosão de alegria, alívio. Voltávamos em grande estilo. Novamente o Brasil via uma torcida lotar sozinha o Maracanã e declarar uníssona seu amor ao clube. Me lembrei nesse instante daquele 7 de dezembro fatídico. Logo depois um filme passou rápido pela minha cabeça. Vieram as vitórias, o recomeço, o orgulho reconstruído. Algumas lágrimas rolaram, dessa vez, lágrimas de orgulho, felicidade. Acabava naquele momento mais um capítulo dessa história de amor que já dura 41 anos, minha idade. Final feliz, como sempre. Demorei muito a dormir nesse dia. Antes de ser vencido pelo sono, a última coisa que se passou pela minha cabeça foi o trecho da música que vinha da arquibancada:

"De todos os amores que eu tive és o mais antigo..."

VASCO, EU TE AMO !!!!!!!!!!!

Curtas:

* Essa mobilização, assim como o sentimento, não pode parar. Não devemos esperar a alegria completa ou a dor profunda para estar ao lado do clube. Todo o jogo do VASCO é excepcional e merece a nossa presença. Sempre.

* O título continua uma obrigação, nada de se acomodar. Nem time, nem torcida.

* 2010 promete...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O REENCONTRO COM O ÍDOLO.

Tenho usado este espaço para emitir opiniões, nem sempre sensatas, reconheço. Mas quem disse que pretendo ser sensato o tempo todo? Sou torcedor, antes de tudo. E sou Vascaíno, que é ser ainda mais que torcedor. Hoje, vou fugir à regra. Vou falar de mim, dizer como e porque sou Vascaíno. Isso tem tudo a ver com Roberto Dinamite. Não o presidente. Com o jogador, o ídolo. Sou de uma família de tricolores. Comecei a frequentar estádios na companhia do meu pai, aos 8 anos, que me levava pra ver a "máquina tricolor". Time de grandes jogadores. Pois nem a influência do meu pai, a quem devoto todo amor que um filho pode devotar a um pai, nem a influência de Rivelino, Gil, Carlos Alberto entre outros, foi capaz de me seduzir. Pelo clube da Cruz de Malta jogava um rapaz chamado Dinamite. Ele envergava a camisa mais bonita, dentre todas que existiam. Nas costas, o número 10. Era o único grande craque desse time (e assim foi por quase toda sua carreira). Mas possuia brilho suficiente para manter aquele time em evidência. Isso, somado aos sábios conselhos do meu padrinho, foi o suficiente para que a escolha fosse sacramentada. Havia nascido vascaíno. Descobria isso, então. Na verdade, nunca escolhi o VASCO. Antes, o VASCO me escolheu.

Assim como as gerações mais novas viram os feitos de Romário, Edmundo e Juninho, eu e os da minha geração vimos Roberto Dinamite. Não pensem, os mais novos, que é pouco. Não é. Ele, muitas vezes sozinho, manteve o VASCO em evidência por quase 15 anos. Paradoxalmente, não foram tempos de tantos títulos. Mas foram tempos de um ídolo de verdade, com a cara do VASCO. Perseguido e muitas vezes injustiçado, como o VASCO é.


Nos quase 15 anos em que jogou no VASCO, Roberto só fez parte de UM time fantástico, o de 1987. Fora esse, todos os outros foram times bons, com jogadores abnegados, de muita raça, mas sem brilho. O primeiro título do Roberto foi o brasileiro de 1974. O VASCO jogou na decisão com Andrada, Miguel, Fidélis, Moisés e Alfinete; Alcir, Zanata e Ademir; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite e Luís Carlos. Desses, o único que vestiria a camisa da seleção em copa do mundo seria o Roberto. Bom time, mas sem nenhum grande craque, além do Roberto. E a final foi contra o grande Cruzeiro de Dirceu Lopes, Nelinho, Joãozinho e cia. Ganhamos. Adivinhem quem foi o artilheiro desse campeonato?

Em 1977, mais uma vez. Um bom time. Melhor até que o de 1974. Ganhamos do urubu na final com Mazzaropi, Orlando, Abel, Gaucho e Marco Antonio; Zé Mario, Zanata e Dirceu; Wilsinho, Roberto e Paulinho. No time deles já jogavam Zico, Junior e Tita. Roberto foi o segundo artilheiro com 25 gols. No anos seguintes, o rival montou um time realmente muito bom e, não fosse o VASCO de Roberto, teria ganho muito mais títulos e com maior facilidade ainda. E, mais uma vez, Roberto carregava sozinho o peso de manter o VASCO em evidência. E conseguia. Era invariavelmente artilheiro dessas competições, e levava o VASCO a disputar os títulos, mesmo com um elenco muito inferior. Em 1982, mais uma vez com um time inferior, fomos campeões. Lá estava Roberto como artilheiro do campeonato. Vencemos na final os urubus de Zico, Andrade, Adílio e cia. No elenco do VASCO, Roberto, sozinho, brilhava por uma constelação completa. Em 1987 Roberto teve o prazer de ser campeão no único VASCO inesquecível de sua carreira. Nem por isso foi coadjuvante. Estava lá, como protagonista. O artilheiro foi Romário. Em segundo, Roberto. O torcedor tinha esse time na ponta da língua: Acácio, Paulo Roberto, Fernando, Donato e Mazinho; Dunga Geovani e Tita; Mauricinho, Roberto e Romário. Um timaço. O único da carreira do Roberto com a camisa do VASCO. Esse currículo fez dele ídolo de toda minha geração.

Essa condição de ídolo ficou abalada com sua chegada à presidência. Nem o fato de representar o fim da "era Eurico", de lembranças tão amargas, foi capaz de desfazer o desconforto de ver o ídolo às voltas com a política do VASCO. O episódio da queda acentuou esse desconforto, e, pela primeira vez, me vi questionando sua condição de ídolo, que minhas lembranças ainda sustentavam.

Assim me senti até ontem.

Não gosto da globo, não escondo. Nem tampouco do Galvão Bueno. O tal "Bem Amigos" é intragável. O que dizer de um programa que consegue reunir Renato Maurício Prado, Paulo Cesar Vasconcelos, Arnaldo Cesar Coelho sob comando de Galvão Bueno? Não obstante, ontem fiz o esforço. E não me arrependo. Vi o VASCO e seu maior ídolo serem reverenciados como pouquíssimas vezes tenho visto na televisão. A forma respeitosa com que o VASCO foi tratado e o reconhecimento que Roberto mereceu me emocionaram. Como se não bastasse, vi o grande Paulinho da Viola decantar seu amor à Cruz de Malta, exaltando, com brilho nos olhos, o VASCO e seu maior ídolo. Durante o programa, viajei pelas minhas memórias. Relembrei gols e títulos inesquecíveis, conquistados sob liderança do Roberto. E, aos poucos, o ídolo e o presidente convergiram para o mesmo rosto de sorriso fácil de sempre.

O VASCO, em campo, vai cicatrizando suas feridas, retomando o rumo vitorioso de sua história. Fora de campo, o presidente, tal qual um almirante, está lá ao leme, dando rumo à Nau. E ontem, num momento muito especial, o torcedor mais antigo reencontrou seu maior ídolo.

Curtas:

* Para não ser prolixo, não citei outros tantos títulos da carreira do Dinamite. Foram muitos, assim como foram seus gols com a camisa do VASCO.

* Não haverá justificativa para menos de 85 mil pessoas sábado no Maracanã. Se forem disponibilizados 86 mil lugares, espero 86 mil presentes. Nada menos que isso.

* O acesso, na 34 ª rodada. O título, eu espero na 36ª.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

GOTA D'ÁGUA

Reproduzo abaixo um texto publicado no Cruz de Savóia, hoje. Há vascaínos que quando escutam outros vascaínos se insurgindo contra a imprensa, reclamando do tratamento desigual, da preferência descarada pelo rival mulambo, dizem que isso é mania de perseguição, que a imprensa é imparcial, que não existe nada disso. Graças a Deus, são a minoria. A maior parcela da nossa torcida já percebeu que não há tratamento igual. Somos destratados, ironizados e, muitas das vezes, perseguidos. E a coisa é tão clamorosa que até um palmeirense, morador de São Paulo, percebeu. Aqui, você podem ler o pensamento desse blog com exatidão. Subscrevo o texto abaixo como se tivesse sido eu mesmo o autor.


Instatisfações com a imprensa por parte das hostes palestrinas são históricas, como sabemos. Até tese de mestrado a coisa virou. Então contarei a história das minhas insatisfações com essa corja.


A primeira vez em que ouvi uma queixa a respeito de algum jornal eu era muito criança ainda. Lembro-me de ouvir meu irmão, cinco anos mais velho, queixando-se duma charge de A Gazeta Esportiva, antes dum Choque-Rei, em que mostrava uma luta de sumô entre Cilinho e o finado Vicente Arenari, os treineiros das duas equipes. Ele não gostou de ver nosso treineiro – realmente mais magro que o do adversário – ser ilustrado como um fiapo de gente agarrado ao ventre imenso do tricolor. Coisa de criança. Anos depois o Anderson, amigo de infância e parceiro de vários jogos – in loco, na TV ou no radinho de pilha – veio até mim reclamar de outra charge do mesmo jornal: havia na época um boato de que contrataríamos Don Diego, que foi retratado vestido de noivo, ao lado duma noiva decrépita e com uma placa pendurada no pesçoco. Na placa estava escrito “PARMALAT”. Daí em diante eles foram ladeira abaixo, cada vez mais mostrando um apreço exagerado pelo Corinthians em detrimento dos outros. Acabaram falindo, com justiça, prova de que até a claque alvinegra, tida como mais numerosa que os chineses, também dera as costas ao péssimo jornalismo praticado pelo jornaleco.


Mas o eixo SPFC-SCCP-CRF e seus torcedores não tardariam em criar um novo instrumento a fim de satisfazer seus caprichos mais doentios. Em meados dos anos noventa, surgia um novo diário na praça, com uma proposta inovadora: somente esportes por módicos R$ 0,75. Minha cachaça, não ficava um dia sem. Tão importante quanto o meu café da manhã, o Lance! matava minha sede de informação sobre esportes. Porém, meu caso de amor com o jornalzinho começou a ficar abalado quando as notas dos jogadores do Palmeiras começaram a ficar cada vez menores, apesar do ótimo momento do time, enquanto adversários mais fracos eram tratados com benevolência exagerada. Galeano jogou o fino improvisado na quarta-zaga e jamais levou nota acima de 6. Os jogadores do outro lado do muro, principalmente aqueles que serviam à Seleção, como Serginho – que fugiria do escrete canarinho depois – ganhavam carradas de dezes, noves e oitos. Atletas de qualidade questionável passaram a ser convocados e até disputaram Copas do Mundo, como o caso dos limitadíssimos Zé Carlos Galo – ele imitava o animal à perfeição, talvez tenha ido à França para acordar o grupo de manhã cedo – e Doriva, chamados pelo Velho Lobo. Só fui entender tudo isso anos mais tarde, ao ver Ilsinho ganhando Bola de Prata e ao ver o goleiro do Grêmio liderar a corrida pela Bola de Ouro à frente de Diego, o melhor jogador deste certame. O negócio é grana mesmo, é “Jabá”. Não era de se admirar que um time que contava com Marília Ruiz, Benjamin Back, Juca Kfouri, PVC e Marcelo Damato não passasse dum bando de gente que vai à lida sob ordens dos cáftens da tríade.


Mas isso não era suficiente: os italianinhos daqui e os portugas do Rio precisavam ser tratados jocosamente, feitos de otários. Um dia, dei uma olhada na banca de jornal do outro lado da rua e o papel higiênico dizia: “PALMEIRAS CONTRATA RICARDINHO”. Apesar de já ser um ex-leitor, atravessei a rua a mil – sempre fui fã do futebol do traíra – para ver de perto. Em letras miúdas, abaixo da manchete: “Mas não é quem você está pensando.” – Agora temos de aguentar pegadinhas! – pensei alto. Até mesmo o escudo do Verdão foi reproduzido com uma tarja vermelha feito placa de sinalização numa capa daquela joça. Profanaram tudo e escancararam de vez: nosso negócio é com elas. Não temos interesse em vocês, que estão sumindo, são a nova Lusa…


Quando era muito, muito criança tomei um “rodo” dum moleque na rua sem mais nem porquê. Passei anos creditando o episódio à minha cara de bobo, mas, bem depois, ao ver o presidente de honra da maior uniformizada palestrina discorrer sobre as origens de sua torcida, descobri o motivo: eu vestia o manto sagrado naquele dia, como tantos pais de família que apanhavam e perdiam camisas nos estádios lá pelo início do anos 1980. Até mesmo cariocas vinham até aqui e aproveitavam-se de nossa apatia, acostumados que estávamos com o estigma de “trouxas”. Quando nós, os otários, começamos a nos defender dos bons e ilibados moços do Bom Retiro e do Jardim Leonor, a corja finalmente começou a se preocupar com a violência que ela própria cultivara por décadas. E não foi só o Lance!, não. Os programas televisivos são os que mais induzem o torcedor a fazer bobagem. Se você torce pelo clube “errado”, eles provocam, mentem, humilham.

A noite de ontem foi histórica e eu participei, eu contribuí. Chegou o grande dia em que o palmeirense acordaria. EI, IMPRENSA, VAI TOMAR NO CU! Uma, dez, vinte, quarenta vezes, quatrocentas vozes, milhares de corações! Uma manifestação justa, oportuna e merecida. Paulo de Lilliput já minimizou, erroneamente, dizendo que foi só a Mancha. E o Juquinha, hein? Ele não gosta de democracia? Será que ele chamou o Doutor para ver? Nós estragamos o pós-jogo dos mensaleiros do rádio, sejam eles iniciantes ou velhos mineiros da cabeça grande criadores de gado despreocupados com a Mata Atlântica. Os palestrinos ouviram, riram e dormiram satisfeitos. Pais da bola, peitos de aço, carabinas, bacharéis e panteras sentenciaram do além: “Eles ainda são assim picaretas.” Mestre Filpo emenda: “Que la chupem. Pelas puntas!” A verdade é que a cuia finalmente transbordou após décadas e vocês chuparam. Chuparam e continuarão chupando, continuarão mamando. Engasguem e babem feito bois, como ordenou El Pibe, mano de D10s. Obedeçam, rameiras! Obedeçam já, da mesma forma que obedecem de joelhos aos Juvenais. Estamos no comando agora.

Mais útil que um Molotov nos prelos; mais dolorosa que uma cabeçada de Serginho Chulapa ou um sopapo do Felipão ou do Picerni; tão inteligente quanto o feedback de Crespo nos cronistas rossoneri canalhas ou as peripécias de Eurico contra a Flapress. Vocês pediram nossa manifestação por anos e aí está ela. Queriam que abandonássemos o barco, que fôssemos embora olhando o chão, como criança após sonoro flato. Não foi assim, porque o jogo acabou e ninguém saiu, porque não queríamos apenas mais um show de futebol e um placar elástico. Não foi para isso que pagamos o ingresso mais caro do país. Queríamos também uma palavrinha a sós com vocês, bandidos. Seis palavrinhas, quero dizer. Afinal, nossos guerreiros já estavam no vestiário. Cada um dos dezoito mil palestrinos botou os pingos nos i’s, ligou as pontas soltas e descobriu, ao mesmo tempo, que eles sempre quiseram acabar conosco. Façam oba-oba! E agora? Quem é o líder? E vocês merecem porque são safados e safado tem mais é que ter na cavidade mesmo. E sem pomada.


SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* A diretoria do Fortaleza, seguindo recomendação da Polícia Militar, liberou as arquibancadas para os vascaínos que forem ao Castelão amanhã. Decisão sensata.

* São esperados mais de 10 mil vascaínos para o jogo que pode carimbar matematicamente o retorno à série A. Nada que espante. Sabemos todos da força da torcida vascaína no Nordeste.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DESCONSTRUINDO UM MITO - II

Se tem uma coisa que me aborrece profundamente são os mitos criados propositalmente, ou não, pela mídia. Um fato isolado, uma declaração descontextualizada de propósito, uma imagem são usados, à revelia dos respectivos personagens centrais, para criar mitos e alimentar mentiras, que, segundo a sabedoria popular, faladas muitas vezes, tornam-se verdades.

Pois um mito antigo, inventado e alimentado pela mídia mulamba, renasce com força nessa reta final da série A. Escutei, saído da boca desdentada de um mulambo, ontem no Metrô - "Deixaram o mengão chegar, agora é aquilo..." e completou a frase com uma gargalhada eufórica tão desprovida de dentes, quanto o Saara é desprovido de água. Nessas horas de ufanismo irracional, a torcida alienada adora usar essas frases idiotas, como se tivessem, as frases, o poder de alterar o rumo das coisas. Durante muito tempo, a mídia escrota, sempre liderada pela corja do Jd. Botânico, pregou que o time da Gávea era time de chegada, time cuja camisa "pesava" nas finais. A turba analfabeta e ignorante adotou tal mito e passou a repetí-lo como um mantra. E, sempre que o urubu emplaca uma série de vitórias na reta final, a lenga-lenga ressurge com força.

O que as antas que se vestem de vermelho e preto esquecem é que seu time já foi derrotado em finais inúmeras vezes. Eles esquecem das outras ocasiões que a corja da gávea ficou pelas semi-finais. Fazendo um pequeno trabalho estátistico, não é difícil afirmar que o sucesso rubro-negro em finais, ou retas finais de campeonatos mais sérios, é igual ao de quase todo time de primeiro escalão. Perde e ganha títulos, proporcionalmente às vezes que os disputa, com a mesma frequencia dos seus rivais. Mas a lavagem cerebral promovida pela flapress é tão eficiente que, falando assim, fica difícil de acreditar. Vamos aos fatos, então:

1º) Na década de 80, era vitoriosa do urubu, eles foram BI-TRI-VICE campeões cariocas, a saber: 82-83-84, e logo depois: 87-88-89. Nessa década, eles disputaram 8 finais de campeonatos cariocas e venceram apenas 2. Nas outras seis vezes, isso mesmo: seis vezes, foram vice.

2º) Disputaram 5 finais de Copa do Brasil e perderam 3. Ou seja, perderam mais que ganharam.

3º) Disputaram a Copa Libertadores um sem número de vezes e seu único título foi ganho no distante ano de 1981, há quase 30 anos atrás.

4º) É talvez o time que perdeu as finais mais patéticas da história. Vou citar apenas duas: carioca de 1995, com o gol de barriga do Renato e a Copa do Brasil, para o Santo André, no Maracanã lotado pela massa alienada e ignorante, convicta que estava da vitória, embalada pelo mito imbecil a que me refiro.

Vê-se, sem nenhum esforço, que os mulambos ganham e perdem da mesma forma que todos os grandes. Só não enxerga quem não quer ou quem, por sua condição cultural, não consegue fazer contas mais elaboradas...

Antes que digam alguma coisa, vou logo adiantando que sei que meu time, o VASCO, também perdeu várias finais. O problema é que nunca preconizaram nossa "imortalidade" na reta final. Nenhum mito foi criado para insuflar nossa torcida quando o campeonato se aproxima do fim. Nós, vascaínos, acreditamos apenas no imenso amor e esperança infinita que movem nossa paixão de torcedor. E isso, amigos, não vende em banca de jornal.

Curtas:

* 5 mil ingressos para nossa torcida em Fortaleza é sacanagem.

* VASCO x Juventude confirmado para o Maracanã, sábado às 16 hrs, dia 07/11/2009. Promessa de casa cheia de novo. Cheíssima.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

DA SÉRIE: A GLOBO ME FAZ RIR

Essa veio da afiliada da globo TV Liberal, em Belém. Autocrítica sincera.



SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Pode parecer mania de perseguição, mas é muito estranho que a globo resolva passar ao vivo os jogos do VASCO, no Maraca, que tem maior apelo de público. Fica evidente a tentativa de esvasiar o jogo, com a intenção deliberada de permitir, como sempre, que os vermes tenham o recorde de público.

* As especulações para montagem do elenco 2010 começaram. A hora não podia ser mais inoportuna. Mais uma vez o cheiro de podre no ar. Pra que tratar desse assunto agora? Só pode ser para desestabilizar o time. Ô imprensinha de merda !!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A VITÓRIA, NADA MENOS.

Passeando pela tabela de classificação e conferindo os próximos jogos, constatei que os 6 adversários do VASCO, na sequencia, são exatamente os 6 últimos colocados da série B. Vejam a tabela de classificação atualizada:

fonte: globoesporte.com


E agora reparem os próximos jogos:

Dia 20/10: ABC X VASCO - Estádio Frasqueirão - Natal/RJ (19º colocado)
Dia 24/10: VASCO X Bahia - Estádio Maracanã - Rio de Janeiro/RJ (18º colocado)
Dia 31/10: Fortaleza x VASCO - Estádio Castelão - Fortaleza/CE (17º colocado)
Dia 06/11: VASCO x Juventude - Estádio São Januário - Rio de Janeiro/RJ (15º colocado)
Dia 10/11: Campinense x VASCO - Estádio Amigão - Campina Grande/PB (20º colocado)
Dia 14/11: VASCO x América/RN - Estádio Maracanã - Rio de Janeiro/RJ (16º colocado)

Pois bem, uma das maneiras de encarar essa situação é a seguinte: Os próximos 6 compromissos do VASCO serão contra os seis últimos colocados da SEGUNDA DIVISÃO do campeonato brasileiro. À exceção do Bahia, os outros adversérios têm como conquistas mais expressivas os respectivos campeonatos estaduais. O VASCO é TETRACAMPEÃO BRASILEIRO, campeão sul-americano duas vezes, conhecido e respeitado em todo o mundo. O que esperar desses jogos além da vitória?

Há um discurso muito comum há algum tempo, que eu vou chamar de pragmatismo de resultado, que estabeleceu o seguinte clichê: "Não há mais time bobo no futebol". Sob esse prisma, devemos admitir como comum, e até esperado em certas circunstâncias, outros resultados que não a vitória, contanto que o objetivo final seja alcançado. No nosso caso, alguns pregam que é o retorno à elite, lugar de onde NUNCA deveríamos ter saído. Outros, mais ambiciosos, exigem o título. Eu, meus amigos, olhando para o passado, revendo nossa história, contando nossas glórias, considerando os adversários, reavalio minhas expectativas: Só a vitória é resultado normal. Sempre. Às favas com esse papinho de "time bobo". Dos 6 jogos, 3 serão no Rio, provavelmente no Maracanã lotado. Os outros três serão no Nordeste, reduto de vascaínos. Local onde é muito comum nossa torcida transformar o estádio alheio em sucursal de São Januário. 6 jogos, 6 vitórias e ponto final.

O que alimenta nossa grandeza são nossas expectativas, nossas exigências, forjadas por mais de 100 anos de história vitoriosa. O Gigante está voltando, e isso não tem nada de absurdo e inesperado. Esse caráter de normalidade, que conferimos ao nosso retorno antecipado, só é possível porque é exatamente isso que esperamos de um clube da grandeza do VASCO. Somos, mais uma vez, resultado do que conquistamos, do que esperamos. Precisamos continuar alimentando essa paixão, essa grandeza. E o único resultado que combina com isso atende pelo nome de VITÓRIA.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Para o jogo de sábado no Maracanã, será preciso haver total transparência na venda dos ingressos. Quantos estarão disponíveis para o torcedor, quantos "convites", quantas gratuidades. A direção do VASCO precisa colaborar na quebra do recorde. O resto, a torcida faz.

* À propósito, seria bom esclarecer, sem rodeios, como funciona essa história de cortesias. Quem são os beneficiados, quais as vantagens para o VASCO com tais cortesias e que legislação impõe que numa partida oficial de futebol sejam distribuídas cortesias com tanta generosiade. A torcida, que paga ingresso, quer saber. E merece saber.

* Fernando, o zagueiro, deu esta declaração há pouco, que acentua bem o espírito do post.


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

NÃO CHORES POR MIM, CLARÍN !!!

Me valho da célebre frase de Eva Perón para expressar todo meu repúdio à imprensa desonesta e canalha. De lá e de cá. A Seleção Argentina e seu comandante, Diego Armando Maradona, dois dos maiores ícones do futebol que eu respeito e admiro, lavaram minha alma nessa quarta-feira. Dentro de campo, com a vitória dramática, bem à altura do clássico, e, principalmente, fora de campo, na comemoração exacerbada e politicamente INcorreta. Deram à imprensa abutre de seu país a resposta precisa diante de tanta falta de respeito e mau agouro. Chupa, Clarín !!!

A veemência acima é resultado do desejo incontido de ver aqui no Brasil alguém com tamanha envergadura moral, isso mesmo: envergadura moral, como Maradona, para mandar toda essa corja nojenta e abjeta do PiG*, em sua versão esportiva, com a licença do mestre PHA, chupar também. Mas aqui a trolha precisa ser maior e uma só acho que não basta. O apetite da abutraiada (salve, Filipe) tupiniquim é maior.

A imprensa nacional, capitaneada pela corja platinada, prega que ter moral é levar aquela vidinha medíocre, dentro dos limites do politicamente correto, que diz amém à toda solicitação de entrevista exclusiva, reza, ou ora, dependendo da orientação religiosa, na cartilha hipócrita de "bons" costumes preconizados por eles e exemplificados no comportamento pernóstico e sem graça da Kakinha (novamente com sua licença, Filipe). Pois eu digo que ter Moral, assim mesmo, com letra maíscula, é assumir em público suas fraquezas, seus erros, suas derrotas e não ficar escondido atrás da idolatria que um povo inteiro o dedica. É ter grandeza de alma e arriscar todo o prestígio ao comprar uma briga quase perdida, tendo que vencer o adversário em campo e toda torcida contra dos periodistas abutres. Isso é Moral, e isso El Pibe tem de sobra.


Ou essa manchete cheia de ambiguidade sórdida, estampada no Diário de São Paulo, jornal paulista das organizações globo, está dentro dos padrões de moralidade que eles pregam? O acintoso despeito e desrespeito ao ser humano, que convive e luta contra o fantasma do vício, precisava ser tão explícito? O veneno, destilado todos os dias nas páginas desse jornal imundo, precisava estar tão evidente? Não têm eles, em seus quadros, pessoas que convivem com o mesmo drama? Acontece que o Maradona não se enquadra no estereótipo de bom mocinho que eles gostam de exibir, e a Argentina, como eles gostam de frisar, é o rival a ser batido e odiado. E aí meus amigos, tome-lhe porrada !!!

Nada que Don Diego não saiba responder. Respondeu em campo, quando era jogador. E como respondeu! Responde agora com fibra e força inquebrantáveis, dessas das quais são forjados os campeões, como comandante à beira do campo. Cuidado, Galvão! Os Hermanos estão vivos. E estão na Copa.

*PIG - Partido da Imprensa Golpista

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!

Curtas:

* A discussão das vaias caminha para o maniqueísmo, o que é um perigo. Há, entre vaiar o time e apoiar incondicionalmente, uma gama muito extensa de possibilidades. Apoio para corpo mole, incapacidade técnica, falta de atenção é impensável. Vaia gratuita e implicante, também é.

* Tá confirmado o VASCO x Bahia para o Maracanã, sábado, dia 24/10. O recorde dos vermes tem data e hora pra cair.



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

É PROIBIDO VAIAR.

Tá virando moda a concepção de que só demonstra amor ao clube o torcedor que apóia incondicionalmente. Ouvi essa semana o comandante DJ, e vários outros jogadores, pedirem àqueles que vaiam o time para que ficassem em casa. Deve ser maravilhoso trabalhar sem receber nenhuma crítica. Mesmo quando fazemos nosso trabalho de forma displicente, ineficiente ou atabalhoada.

Ontem, depois de fazer o primeiro gol, uma obra-prima assinada pelo Nílton, o time se acomodou. Passou a errar passes de três metros, recuou e deu espaço ao "poderosíssimo" Vila Nova. Então, como cereja do bolo, a defesa, num momento comédia pastelão, permitiu o empate. Pronto, satisfeito com tudo isso, o torcedor tem que aplaudir esses jogadores, porque vaiar é proibido. Entretanto, rebelde que é, o torcedor inteligente tratou de descumprir a ordem do comandante. Vaiou o time e vaiou o Pará. Vaia merecida, para ambos. O time, porque estava mal. O Pará, ou porque é ruim mesmo, ou porque tá atravessando uma fase de "deficiência técnica". O jogo é o único momento em que o torcedor pode manifestar seus sentimentos em relação ao time. Não é comum, para a maioria da torcida, aparecer nos treinos durante a semana para lembrar, através da vaia, sua insatisfação com o time ou com algum jogador. Isso, quando acontece, prenuncia que o caldo já entornou. A vaia como a de ontem é preventiva. Pode evitar o pior.

E evitou. O time voltou para o segundo tempo com outra disposição e consolidou a vitória. Se não jogando um futebol vistoso e bonito, ao menos praticando um futebol eficiente. E isso amigos, já é suficiente para transformar vaias em aplausos.

Não sou a favor da turma do amendoim. Aqueles da social que passam o jogo inteiro cornetando e escolhem um jogador pra Cristo. Na verdade, aquilo não pode se chamar de torcida. A manifestação oriunda da arquibancada, essa sim, é legítima. Surge da percepção coletiva do torcedor de verdade que, insatisfeito com o que está vendo, reclama por mais empenho ou eficiência.

Fiquem com a declaração sensata do Paulo Sérgio, retirada do NETVASCO, que resume bem o que foi dito aqui:
"...Aqui é Vasco, e o Vasco é time de massa. Então, temos que estar preparados para a cobrança..."

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Ontem, antes do jogo, foi hasteado o pavilhão olímpico em São Januário. Pequena cerimônia, que confere à Colina Sagrada e à sua história a aura de olimpismo que faltava.

* Nas CNTP, o VASCO deve confirmar seu retorno ao lugar de direito contra o Bahia, em pleno Maracanã. Quer oportunidade melhor para pulverizar o recorde da mulambada?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

SÃO JANUÁRIO OLÍMPICO.

O COI decidiu hoje pela inclusão do rúgbi e do golf no programa olímpico de 2016. A simples escolha destes "esportes" merecia um post à parte. Não é normal achar que o golf pode agregar algum valor positivo à comunidade esportiva. O rúgbi, talvez. Este último é um esporte não muito caro e é bastante popular em vários países - os hermanos tem bastante tradição com a bola oval - já tendo sido inclusive esporte olímpico. Mas golf ?!?!?! Esporte extremamente elitizado, de prática cara, inacessível à maioria da população jovem e chato pra cacete. Só foi escolhido por pressão de uma marca de material esportivo, que quer a imagem do seu garoto propaganda popularizada na carona do espírito olímpico. Quero ver Tiger Woods se hospedar na vila olímpica...

Mas não é essa a motivação destas linhas. A escolha do Rúgbi respinga na Colina Histórica. São Januário foi escolhido para abrigar as partidas desta modalidade. As implicações da escolha são bastante óbvias. E preocupantes. Assim que a notícia saiu, li no NETVASCO, nota extraída do JB online, cujo trecho, que me arrepiou a medula, transcrevo abaixo:

"...Casa da bola oval Tradicional palco do futebol carioca, onde o Vasco manda a maioria de seus jogos. São Januário trocaria a bola redonda pela oval. Um dos estádios mais tradicionais da cidade mantém sua arquitetura quase inalterada. Logo, teria de passar por uma modernização para abrigar o evento. ..."

Modernização, com a ajuda inestimável do Priberam: tornar moderno, acomodar aos usos modernos, adaptar-se aos tempos modernos. Esta modernização tem dois aspectos preocupantes. O primeiro deles, de natureza estética, pressupõe a possibilidade de alteração, por menor que seja, na belíssima fachada do nosso estádio, que ornamenta o template desse blogue. Graças a Deus que alguma alma esclarecida sugeriu, e o pessoal do Instituto do Patrimônio Histórico acatou, o tombamento desse monumento de arquitetura. Nenhuma obra em São Januário pode ousar descaracterizar a fachada. O segundo aspecto tem relação com a acomodação do público. Para atender às exigências estúpidas do COI, São Januário deve ser "agraciado" com lugares numerados em todo o estádio. Esta exigência pode ser admitida na prática desse tal rúgbi, NUNCA para um jogo de futebol. Pior, um jogo do VASCO. O vascaíno que consegue se imaginar procurando o lugar indicado no ingresso para, civilizadamente sentado, assistir ao jogo, não vai se sentir à vontade lendo estas linhas. O futebol que eu conheço e defendo não combina com comportamento circunspecto. Arquibancada é lugar de gente apaixonada e ensandecida. Ali vive a alma do futebol. Modernização nenhuma pode privar a paixão de seu local sagrado.

As melhorias no entorno, feitas com dinheiro público, são devidas e mais que merecidas. Todos os rivais, de zona sul, ganharam várias intervenções urbanísticas, nesses anos todos, feitas nas imediações de suas sedes e estádios ?!?!?. Mas o VASCO é clube de subúrbio, de preto, pobre e português. Melhorias pra que? Esta foi a tônica por todo esse tempo em que São Januário conviveu com favelas (comunidade carente é eufemismo idiota), que surgiram, cresceram e se expandiram à sua volta. Favelas, é bom salientar, que acolhemos e adotamos e com quem temos a melhor das relações. Vizinhança da qual muito nos orgulhamos e a quem emprestamos nome: Barreira do VASCO. Pois a hora do povo pobre e feio chegou. Já escuto a voz bonita da moça do Metrô anunciando: Próxima estação VASCO DA GAMA, desembarque pelo lado direito...

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!

Curtas:

* Tá difícil falar de futebol sem se aborrecer. O time caiu muito de produção e a CBF privou o VASCO de dois jogadores que vem fazendo muita falta.

* Amanhã, contra a Ponte, a torcida do VASCO vai ter mais ingressos que a torcida local. É a lógica. Muito justo.




quarta-feira, 7 de outubro de 2009

VERDADEIRO ESTATUTO DO TORCEDOR.

Desde que me tornei blogueiro, adquiri o hábito de ler a opinião de outros que, assim como eu, se atrevem a escrever suas impressões e idéias e compartilhá-las aqui na blogosfera. Pois bem, nessas digressões diárias conheci muita gente boa. Aqui e lá no final da Dutra. Opiniões sensatas, outras nem tanto, desabafos, textos divertidos, cáusticos. Mas hoje li, e reproduzo, a essência do torcedor descrita de forma definitiva. O texto, publicado originalmente no Blog dos 13, do palmeirense Teo, é tão bom que já foi reproduzido no Cruz de Savóia e no Forza Palestra. Quero salientar que sempre defendi o futebol das minhas lembranças. Aquele do Maracanã lotado, com geral, sem lugar marcado, sem aqueles pedaços de plástico inúteis poluindo a arquibancada, sem setor de arquibancada onde as torcidas adversárias convivam pacificamente, com a PM separando as torcidas com um cordão de isolamento. Poucas referências de "civilidade", mas cheio de paixão e alma. Vamos ao texto:

1. Futebol não é festa.

2. Futebol não é divertimento.

3. Futebol não é um bom lugar para passeio.

4. Futebol não é um ambiente saudável, ao contrário, é doentio.

5. Evite levar criança ao estádio, a menos que esta seja mais madura que você (no meu caso não é difícil).

6. Evite levar mulher ao estádio, a menos que ela seja mais homem que você.

7. Evite levar qualquer pessoa ao estádio que não esteja focada na vitória do seu time.

8. Não use uma partida de futebol para networking profissional e/ou social. O ideal é que, ao te verem no estádio, todos se envergonhem de você.

9. Acredite em você, nas suas impressões e opiniões sobre seu time.

10. Despreze completamente a opinião da imprensa esportiva.

11. Se você acha que seu time vai ganhar, talvez ele ganhe.

12. Se você acha que seu time vai perder, ele vai perder. Vá ao jogo assim mesmo.

13. Não deixe que o trabalho atrapalhe o futebol.

14. Não deixe que nenhum programa ou compromisso atrapalhe o futebol.

15. Não deixe que um romance atrapalhe o futebol.

16. Não deixe que nada atrapalhe o futebol.

17. Acima do futebol, só a saúde. Ela que te permite viver para o futebol.

18. Seu melhor amigo é o seu time.

19. Despreze quem não gosta de futebol.

20. Ignore quem não gosta de você pelo fato de você gostar de futebol.

21. Fique onde você quiser no estádio, ignore os lugares numerados.

22. Nunca assista ao jogo ao lado de um torcedor adversário.

23. Odeie seu adversário no dia do jogo.

24. Identifique seu inimigo e odeie-o todos os dias da sua vida.

25. Debata com torcedores adversários verdadeiros, menospreze os farsantes.

26. Se um dia você for a um estádio sem alambrado, fosso ou qualquer divisão para o campo, sinta vergonha. O Brasil não é a Inglaterra.

27. Não relaxe durante o jogo.

28. Evite sorrir durante o jogo.

29. Não xingue os jogadores do seu time durante o jogo. Alguns merecem, mas não vai adiantar.

30. Xingue a arbitragem em todos os jogos, isso te fará bem.

31. Não se esforce por ingressos para torcedores ocasionais e oportunistas. Cuide do seu e dos legítimos habitantes daquele espaço sagrado.

32. Refute ser tratado como consumidor, você é apenas torcedor. Por sinal, você é muito mais que consumidor.

33. Cuide da sua própria segurança, nunca espere nada da PM.

34. Proteja-se da PM.

35. Volte do estádio sempre com a sensação do dever cumprido.


SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

DE COPENHAGUE, A REDENÇÃO !!!!!

O Rio, enfim, terá a redenção que merece. Depois de ter perdido o status de sede da Coroa Portuguesa, Distrito Federal, capital cultural, dentre outros títulos que já ostentou, o Rio volta a ser o centro das atenções. Maltratado por administrações estaduais e municipais caóticas, relegado à segundo plano pela União, num movimento que pulverizava a auto-estima do carioca, o Rio ia aos poucos perdendo o brilho, o espaço. O Rio agonizava. Mas a alma carioca resistia. Resistia na alegria sincera de seu povo. Resistia no reconhecimento de brasileiros que, despidos de rivalidades regionais, dedicavam ao Rio o tributo que a cidade merece. Resistia na magia dos domingos de Maracanã. Resistia na malandragem divertida das noites da Lapa. Resistia na beleza estonteante de sua gente e de suas praias e montanhas.

Eis que o Cristo, Redentor no nome, olhou por nós. Com os braços abertos, nos lembrava quão abençoada era nossa cidade. E, com sua grandeza silenciosa, deve ter ajudado a seduzir os membros do COI. Pronto, depois de garantir a final da Copa 2014, o Rio era escolhido como sede do maior espetáculo esportivo da terra. A auto-estima combalida, se renovou. A alegria esquecida, explodiu uníssona às 2 da tarde, quando foi anunciado o resultado final. As areias de Copacabana, Copa, para os íntimos, viram um reveillon fora de data. Era a redenção de uma cidade que nunca deixou de ser maravilhosa. Não para nós, cariocas nascidos ou não no Rio de Janeiro, que nunca desistimos dessa nossa paixão.

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O povo carioca é feliz por natureza. Precisa aprender a ser educado. Alguns comportamentos tipicamente cariocas, como estacionar em fila dupla, não respeitar sinais de trânsito etc, precisam ser erradicados. Nada que nos faça perder nossa alegria e nossa espontaneidade. A educação pode ser alegre, porque não?

Aos amargos, que preferem a comemoração contida ao estilo escandinavo, que acham cerveja e churrasco coisa de pobre, um conselho: Passem os próximos 7 anos na Europa. Os que eram contra a realização das Olimpíadas aqui, prevendo a farra com recursos públicos, um pedido: sejam úteis e ajudem a fiscalizar.

Viva o Brasil alegre, o Brasil descontraído, que quebra protocolo e faz gozação até com o Obama. Viva o Brasil do presidente Lula, que fala errado, mas fala com o coração. Se emociona e emociona o mundo com sua sinceridade desconcertante. Viva o Brasil que dá certo, o Brasil do crescimento, o Brasil que trabalha e que ajuda a construir o país do futuro, que já chegou. Viva o brasileiro que, se é de bem com a vida, feliz e descontraído, não importa onde tenha nascido, é carioca por definição.

Copa de 2014? Olimpíadas de 2016? Tá tudo dominado !!!!!!!!!!!!!!!!!


Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor.


Curtas:


* O Brasil começou perdendo na primeira eleição. Depois virou e venceu. E virada amigo, lembra o VASCO.

* São Januário deve ser sede de algum esporte nas Olimpíadas. Nada mais justo para um dos estádios mais bonitos e históricos desse país.

* Na adequação para sediar um evento olímplico, São Januário não pode, nem deve, receber dinheiro público. Nossa maior honra não pode ser maculada. Nosso estádio é NOSSO. Feito com o dinheiro suado de cada vascaíno do passado. Que o exemplo continue nos inspirando.

* O futebol cambaleante volta a ganhar umas linhas amanhã. Por ora, eu quero comemorar.