sexta-feira, 30 de outubro de 2009

GOTA D'ÁGUA

Reproduzo abaixo um texto publicado no Cruz de Savóia, hoje. Há vascaínos que quando escutam outros vascaínos se insurgindo contra a imprensa, reclamando do tratamento desigual, da preferência descarada pelo rival mulambo, dizem que isso é mania de perseguição, que a imprensa é imparcial, que não existe nada disso. Graças a Deus, são a minoria. A maior parcela da nossa torcida já percebeu que não há tratamento igual. Somos destratados, ironizados e, muitas das vezes, perseguidos. E a coisa é tão clamorosa que até um palmeirense, morador de São Paulo, percebeu. Aqui, você podem ler o pensamento desse blog com exatidão. Subscrevo o texto abaixo como se tivesse sido eu mesmo o autor.


Instatisfações com a imprensa por parte das hostes palestrinas são históricas, como sabemos. Até tese de mestrado a coisa virou. Então contarei a história das minhas insatisfações com essa corja.


A primeira vez em que ouvi uma queixa a respeito de algum jornal eu era muito criança ainda. Lembro-me de ouvir meu irmão, cinco anos mais velho, queixando-se duma charge de A Gazeta Esportiva, antes dum Choque-Rei, em que mostrava uma luta de sumô entre Cilinho e o finado Vicente Arenari, os treineiros das duas equipes. Ele não gostou de ver nosso treineiro – realmente mais magro que o do adversário – ser ilustrado como um fiapo de gente agarrado ao ventre imenso do tricolor. Coisa de criança. Anos depois o Anderson, amigo de infância e parceiro de vários jogos – in loco, na TV ou no radinho de pilha – veio até mim reclamar de outra charge do mesmo jornal: havia na época um boato de que contrataríamos Don Diego, que foi retratado vestido de noivo, ao lado duma noiva decrépita e com uma placa pendurada no pesçoco. Na placa estava escrito “PARMALAT”. Daí em diante eles foram ladeira abaixo, cada vez mais mostrando um apreço exagerado pelo Corinthians em detrimento dos outros. Acabaram falindo, com justiça, prova de que até a claque alvinegra, tida como mais numerosa que os chineses, também dera as costas ao péssimo jornalismo praticado pelo jornaleco.


Mas o eixo SPFC-SCCP-CRF e seus torcedores não tardariam em criar um novo instrumento a fim de satisfazer seus caprichos mais doentios. Em meados dos anos noventa, surgia um novo diário na praça, com uma proposta inovadora: somente esportes por módicos R$ 0,75. Minha cachaça, não ficava um dia sem. Tão importante quanto o meu café da manhã, o Lance! matava minha sede de informação sobre esportes. Porém, meu caso de amor com o jornalzinho começou a ficar abalado quando as notas dos jogadores do Palmeiras começaram a ficar cada vez menores, apesar do ótimo momento do time, enquanto adversários mais fracos eram tratados com benevolência exagerada. Galeano jogou o fino improvisado na quarta-zaga e jamais levou nota acima de 6. Os jogadores do outro lado do muro, principalmente aqueles que serviam à Seleção, como Serginho – que fugiria do escrete canarinho depois – ganhavam carradas de dezes, noves e oitos. Atletas de qualidade questionável passaram a ser convocados e até disputaram Copas do Mundo, como o caso dos limitadíssimos Zé Carlos Galo – ele imitava o animal à perfeição, talvez tenha ido à França para acordar o grupo de manhã cedo – e Doriva, chamados pelo Velho Lobo. Só fui entender tudo isso anos mais tarde, ao ver Ilsinho ganhando Bola de Prata e ao ver o goleiro do Grêmio liderar a corrida pela Bola de Ouro à frente de Diego, o melhor jogador deste certame. O negócio é grana mesmo, é “Jabá”. Não era de se admirar que um time que contava com Marília Ruiz, Benjamin Back, Juca Kfouri, PVC e Marcelo Damato não passasse dum bando de gente que vai à lida sob ordens dos cáftens da tríade.


Mas isso não era suficiente: os italianinhos daqui e os portugas do Rio precisavam ser tratados jocosamente, feitos de otários. Um dia, dei uma olhada na banca de jornal do outro lado da rua e o papel higiênico dizia: “PALMEIRAS CONTRATA RICARDINHO”. Apesar de já ser um ex-leitor, atravessei a rua a mil – sempre fui fã do futebol do traíra – para ver de perto. Em letras miúdas, abaixo da manchete: “Mas não é quem você está pensando.” – Agora temos de aguentar pegadinhas! – pensei alto. Até mesmo o escudo do Verdão foi reproduzido com uma tarja vermelha feito placa de sinalização numa capa daquela joça. Profanaram tudo e escancararam de vez: nosso negócio é com elas. Não temos interesse em vocês, que estão sumindo, são a nova Lusa…


Quando era muito, muito criança tomei um “rodo” dum moleque na rua sem mais nem porquê. Passei anos creditando o episódio à minha cara de bobo, mas, bem depois, ao ver o presidente de honra da maior uniformizada palestrina discorrer sobre as origens de sua torcida, descobri o motivo: eu vestia o manto sagrado naquele dia, como tantos pais de família que apanhavam e perdiam camisas nos estádios lá pelo início do anos 1980. Até mesmo cariocas vinham até aqui e aproveitavam-se de nossa apatia, acostumados que estávamos com o estigma de “trouxas”. Quando nós, os otários, começamos a nos defender dos bons e ilibados moços do Bom Retiro e do Jardim Leonor, a corja finalmente começou a se preocupar com a violência que ela própria cultivara por décadas. E não foi só o Lance!, não. Os programas televisivos são os que mais induzem o torcedor a fazer bobagem. Se você torce pelo clube “errado”, eles provocam, mentem, humilham.

A noite de ontem foi histórica e eu participei, eu contribuí. Chegou o grande dia em que o palmeirense acordaria. EI, IMPRENSA, VAI TOMAR NO CU! Uma, dez, vinte, quarenta vezes, quatrocentas vozes, milhares de corações! Uma manifestação justa, oportuna e merecida. Paulo de Lilliput já minimizou, erroneamente, dizendo que foi só a Mancha. E o Juquinha, hein? Ele não gosta de democracia? Será que ele chamou o Doutor para ver? Nós estragamos o pós-jogo dos mensaleiros do rádio, sejam eles iniciantes ou velhos mineiros da cabeça grande criadores de gado despreocupados com a Mata Atlântica. Os palestrinos ouviram, riram e dormiram satisfeitos. Pais da bola, peitos de aço, carabinas, bacharéis e panteras sentenciaram do além: “Eles ainda são assim picaretas.” Mestre Filpo emenda: “Que la chupem. Pelas puntas!” A verdade é que a cuia finalmente transbordou após décadas e vocês chuparam. Chuparam e continuarão chupando, continuarão mamando. Engasguem e babem feito bois, como ordenou El Pibe, mano de D10s. Obedeçam, rameiras! Obedeçam já, da mesma forma que obedecem de joelhos aos Juvenais. Estamos no comando agora.

Mais útil que um Molotov nos prelos; mais dolorosa que uma cabeçada de Serginho Chulapa ou um sopapo do Felipão ou do Picerni; tão inteligente quanto o feedback de Crespo nos cronistas rossoneri canalhas ou as peripécias de Eurico contra a Flapress. Vocês pediram nossa manifestação por anos e aí está ela. Queriam que abandonássemos o barco, que fôssemos embora olhando o chão, como criança após sonoro flato. Não foi assim, porque o jogo acabou e ninguém saiu, porque não queríamos apenas mais um show de futebol e um placar elástico. Não foi para isso que pagamos o ingresso mais caro do país. Queríamos também uma palavrinha a sós com vocês, bandidos. Seis palavrinhas, quero dizer. Afinal, nossos guerreiros já estavam no vestiário. Cada um dos dezoito mil palestrinos botou os pingos nos i’s, ligou as pontas soltas e descobriu, ao mesmo tempo, que eles sempre quiseram acabar conosco. Façam oba-oba! E agora? Quem é o líder? E vocês merecem porque são safados e safado tem mais é que ter na cavidade mesmo. E sem pomada.


SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* A diretoria do Fortaleza, seguindo recomendação da Polícia Militar, liberou as arquibancadas para os vascaínos que forem ao Castelão amanhã. Decisão sensata.

* São esperados mais de 10 mil vascaínos para o jogo que pode carimbar matematicamente o retorno à série A. Nada que espante. Sabemos todos da força da torcida vascaína no Nordeste.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DESCONSTRUINDO UM MITO - II

Se tem uma coisa que me aborrece profundamente são os mitos criados propositalmente, ou não, pela mídia. Um fato isolado, uma declaração descontextualizada de propósito, uma imagem são usados, à revelia dos respectivos personagens centrais, para criar mitos e alimentar mentiras, que, segundo a sabedoria popular, faladas muitas vezes, tornam-se verdades.

Pois um mito antigo, inventado e alimentado pela mídia mulamba, renasce com força nessa reta final da série A. Escutei, saído da boca desdentada de um mulambo, ontem no Metrô - "Deixaram o mengão chegar, agora é aquilo..." e completou a frase com uma gargalhada eufórica tão desprovida de dentes, quanto o Saara é desprovido de água. Nessas horas de ufanismo irracional, a torcida alienada adora usar essas frases idiotas, como se tivessem, as frases, o poder de alterar o rumo das coisas. Durante muito tempo, a mídia escrota, sempre liderada pela corja do Jd. Botânico, pregou que o time da Gávea era time de chegada, time cuja camisa "pesava" nas finais. A turba analfabeta e ignorante adotou tal mito e passou a repetí-lo como um mantra. E, sempre que o urubu emplaca uma série de vitórias na reta final, a lenga-lenga ressurge com força.

O que as antas que se vestem de vermelho e preto esquecem é que seu time já foi derrotado em finais inúmeras vezes. Eles esquecem das outras ocasiões que a corja da gávea ficou pelas semi-finais. Fazendo um pequeno trabalho estátistico, não é difícil afirmar que o sucesso rubro-negro em finais, ou retas finais de campeonatos mais sérios, é igual ao de quase todo time de primeiro escalão. Perde e ganha títulos, proporcionalmente às vezes que os disputa, com a mesma frequencia dos seus rivais. Mas a lavagem cerebral promovida pela flapress é tão eficiente que, falando assim, fica difícil de acreditar. Vamos aos fatos, então:

1º) Na década de 80, era vitoriosa do urubu, eles foram BI-TRI-VICE campeões cariocas, a saber: 82-83-84, e logo depois: 87-88-89. Nessa década, eles disputaram 8 finais de campeonatos cariocas e venceram apenas 2. Nas outras seis vezes, isso mesmo: seis vezes, foram vice.

2º) Disputaram 5 finais de Copa do Brasil e perderam 3. Ou seja, perderam mais que ganharam.

3º) Disputaram a Copa Libertadores um sem número de vezes e seu único título foi ganho no distante ano de 1981, há quase 30 anos atrás.

4º) É talvez o time que perdeu as finais mais patéticas da história. Vou citar apenas duas: carioca de 1995, com o gol de barriga do Renato e a Copa do Brasil, para o Santo André, no Maracanã lotado pela massa alienada e ignorante, convicta que estava da vitória, embalada pelo mito imbecil a que me refiro.

Vê-se, sem nenhum esforço, que os mulambos ganham e perdem da mesma forma que todos os grandes. Só não enxerga quem não quer ou quem, por sua condição cultural, não consegue fazer contas mais elaboradas...

Antes que digam alguma coisa, vou logo adiantando que sei que meu time, o VASCO, também perdeu várias finais. O problema é que nunca preconizaram nossa "imortalidade" na reta final. Nenhum mito foi criado para insuflar nossa torcida quando o campeonato se aproxima do fim. Nós, vascaínos, acreditamos apenas no imenso amor e esperança infinita que movem nossa paixão de torcedor. E isso, amigos, não vende em banca de jornal.

Curtas:

* 5 mil ingressos para nossa torcida em Fortaleza é sacanagem.

* VASCO x Juventude confirmado para o Maracanã, sábado às 16 hrs, dia 07/11/2009. Promessa de casa cheia de novo. Cheíssima.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

DA SÉRIE: A GLOBO ME FAZ RIR

Essa veio da afiliada da globo TV Liberal, em Belém. Autocrítica sincera.



SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Pode parecer mania de perseguição, mas é muito estranho que a globo resolva passar ao vivo os jogos do VASCO, no Maraca, que tem maior apelo de público. Fica evidente a tentativa de esvasiar o jogo, com a intenção deliberada de permitir, como sempre, que os vermes tenham o recorde de público.

* As especulações para montagem do elenco 2010 começaram. A hora não podia ser mais inoportuna. Mais uma vez o cheiro de podre no ar. Pra que tratar desse assunto agora? Só pode ser para desestabilizar o time. Ô imprensinha de merda !!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A VITÓRIA, NADA MENOS.

Passeando pela tabela de classificação e conferindo os próximos jogos, constatei que os 6 adversários do VASCO, na sequencia, são exatamente os 6 últimos colocados da série B. Vejam a tabela de classificação atualizada:

fonte: globoesporte.com


E agora reparem os próximos jogos:

Dia 20/10: ABC X VASCO - Estádio Frasqueirão - Natal/RJ (19º colocado)
Dia 24/10: VASCO X Bahia - Estádio Maracanã - Rio de Janeiro/RJ (18º colocado)
Dia 31/10: Fortaleza x VASCO - Estádio Castelão - Fortaleza/CE (17º colocado)
Dia 06/11: VASCO x Juventude - Estádio São Januário - Rio de Janeiro/RJ (15º colocado)
Dia 10/11: Campinense x VASCO - Estádio Amigão - Campina Grande/PB (20º colocado)
Dia 14/11: VASCO x América/RN - Estádio Maracanã - Rio de Janeiro/RJ (16º colocado)

Pois bem, uma das maneiras de encarar essa situação é a seguinte: Os próximos 6 compromissos do VASCO serão contra os seis últimos colocados da SEGUNDA DIVISÃO do campeonato brasileiro. À exceção do Bahia, os outros adversérios têm como conquistas mais expressivas os respectivos campeonatos estaduais. O VASCO é TETRACAMPEÃO BRASILEIRO, campeão sul-americano duas vezes, conhecido e respeitado em todo o mundo. O que esperar desses jogos além da vitória?

Há um discurso muito comum há algum tempo, que eu vou chamar de pragmatismo de resultado, que estabeleceu o seguinte clichê: "Não há mais time bobo no futebol". Sob esse prisma, devemos admitir como comum, e até esperado em certas circunstâncias, outros resultados que não a vitória, contanto que o objetivo final seja alcançado. No nosso caso, alguns pregam que é o retorno à elite, lugar de onde NUNCA deveríamos ter saído. Outros, mais ambiciosos, exigem o título. Eu, meus amigos, olhando para o passado, revendo nossa história, contando nossas glórias, considerando os adversários, reavalio minhas expectativas: Só a vitória é resultado normal. Sempre. Às favas com esse papinho de "time bobo". Dos 6 jogos, 3 serão no Rio, provavelmente no Maracanã lotado. Os outros três serão no Nordeste, reduto de vascaínos. Local onde é muito comum nossa torcida transformar o estádio alheio em sucursal de São Januário. 6 jogos, 6 vitórias e ponto final.

O que alimenta nossa grandeza são nossas expectativas, nossas exigências, forjadas por mais de 100 anos de história vitoriosa. O Gigante está voltando, e isso não tem nada de absurdo e inesperado. Esse caráter de normalidade, que conferimos ao nosso retorno antecipado, só é possível porque é exatamente isso que esperamos de um clube da grandeza do VASCO. Somos, mais uma vez, resultado do que conquistamos, do que esperamos. Precisamos continuar alimentando essa paixão, essa grandeza. E o único resultado que combina com isso atende pelo nome de VITÓRIA.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Para o jogo de sábado no Maracanã, será preciso haver total transparência na venda dos ingressos. Quantos estarão disponíveis para o torcedor, quantos "convites", quantas gratuidades. A direção do VASCO precisa colaborar na quebra do recorde. O resto, a torcida faz.

* À propósito, seria bom esclarecer, sem rodeios, como funciona essa história de cortesias. Quem são os beneficiados, quais as vantagens para o VASCO com tais cortesias e que legislação impõe que numa partida oficial de futebol sejam distribuídas cortesias com tanta generosiade. A torcida, que paga ingresso, quer saber. E merece saber.

* Fernando, o zagueiro, deu esta declaração há pouco, que acentua bem o espírito do post.


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

NÃO CHORES POR MIM, CLARÍN !!!

Me valho da célebre frase de Eva Perón para expressar todo meu repúdio à imprensa desonesta e canalha. De lá e de cá. A Seleção Argentina e seu comandante, Diego Armando Maradona, dois dos maiores ícones do futebol que eu respeito e admiro, lavaram minha alma nessa quarta-feira. Dentro de campo, com a vitória dramática, bem à altura do clássico, e, principalmente, fora de campo, na comemoração exacerbada e politicamente INcorreta. Deram à imprensa abutre de seu país a resposta precisa diante de tanta falta de respeito e mau agouro. Chupa, Clarín !!!

A veemência acima é resultado do desejo incontido de ver aqui no Brasil alguém com tamanha envergadura moral, isso mesmo: envergadura moral, como Maradona, para mandar toda essa corja nojenta e abjeta do PiG*, em sua versão esportiva, com a licença do mestre PHA, chupar também. Mas aqui a trolha precisa ser maior e uma só acho que não basta. O apetite da abutraiada (salve, Filipe) tupiniquim é maior.

A imprensa nacional, capitaneada pela corja platinada, prega que ter moral é levar aquela vidinha medíocre, dentro dos limites do politicamente correto, que diz amém à toda solicitação de entrevista exclusiva, reza, ou ora, dependendo da orientação religiosa, na cartilha hipócrita de "bons" costumes preconizados por eles e exemplificados no comportamento pernóstico e sem graça da Kakinha (novamente com sua licença, Filipe). Pois eu digo que ter Moral, assim mesmo, com letra maíscula, é assumir em público suas fraquezas, seus erros, suas derrotas e não ficar escondido atrás da idolatria que um povo inteiro o dedica. É ter grandeza de alma e arriscar todo o prestígio ao comprar uma briga quase perdida, tendo que vencer o adversário em campo e toda torcida contra dos periodistas abutres. Isso é Moral, e isso El Pibe tem de sobra.


Ou essa manchete cheia de ambiguidade sórdida, estampada no Diário de São Paulo, jornal paulista das organizações globo, está dentro dos padrões de moralidade que eles pregam? O acintoso despeito e desrespeito ao ser humano, que convive e luta contra o fantasma do vício, precisava ser tão explícito? O veneno, destilado todos os dias nas páginas desse jornal imundo, precisava estar tão evidente? Não têm eles, em seus quadros, pessoas que convivem com o mesmo drama? Acontece que o Maradona não se enquadra no estereótipo de bom mocinho que eles gostam de exibir, e a Argentina, como eles gostam de frisar, é o rival a ser batido e odiado. E aí meus amigos, tome-lhe porrada !!!

Nada que Don Diego não saiba responder. Respondeu em campo, quando era jogador. E como respondeu! Responde agora com fibra e força inquebrantáveis, dessas das quais são forjados os campeões, como comandante à beira do campo. Cuidado, Galvão! Os Hermanos estão vivos. E estão na Copa.

*PIG - Partido da Imprensa Golpista

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!

Curtas:

* A discussão das vaias caminha para o maniqueísmo, o que é um perigo. Há, entre vaiar o time e apoiar incondicionalmente, uma gama muito extensa de possibilidades. Apoio para corpo mole, incapacidade técnica, falta de atenção é impensável. Vaia gratuita e implicante, também é.

* Tá confirmado o VASCO x Bahia para o Maracanã, sábado, dia 24/10. O recorde dos vermes tem data e hora pra cair.



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

É PROIBIDO VAIAR.

Tá virando moda a concepção de que só demonstra amor ao clube o torcedor que apóia incondicionalmente. Ouvi essa semana o comandante DJ, e vários outros jogadores, pedirem àqueles que vaiam o time para que ficassem em casa. Deve ser maravilhoso trabalhar sem receber nenhuma crítica. Mesmo quando fazemos nosso trabalho de forma displicente, ineficiente ou atabalhoada.

Ontem, depois de fazer o primeiro gol, uma obra-prima assinada pelo Nílton, o time se acomodou. Passou a errar passes de três metros, recuou e deu espaço ao "poderosíssimo" Vila Nova. Então, como cereja do bolo, a defesa, num momento comédia pastelão, permitiu o empate. Pronto, satisfeito com tudo isso, o torcedor tem que aplaudir esses jogadores, porque vaiar é proibido. Entretanto, rebelde que é, o torcedor inteligente tratou de descumprir a ordem do comandante. Vaiou o time e vaiou o Pará. Vaia merecida, para ambos. O time, porque estava mal. O Pará, ou porque é ruim mesmo, ou porque tá atravessando uma fase de "deficiência técnica". O jogo é o único momento em que o torcedor pode manifestar seus sentimentos em relação ao time. Não é comum, para a maioria da torcida, aparecer nos treinos durante a semana para lembrar, através da vaia, sua insatisfação com o time ou com algum jogador. Isso, quando acontece, prenuncia que o caldo já entornou. A vaia como a de ontem é preventiva. Pode evitar o pior.

E evitou. O time voltou para o segundo tempo com outra disposição e consolidou a vitória. Se não jogando um futebol vistoso e bonito, ao menos praticando um futebol eficiente. E isso amigos, já é suficiente para transformar vaias em aplausos.

Não sou a favor da turma do amendoim. Aqueles da social que passam o jogo inteiro cornetando e escolhem um jogador pra Cristo. Na verdade, aquilo não pode se chamar de torcida. A manifestação oriunda da arquibancada, essa sim, é legítima. Surge da percepção coletiva do torcedor de verdade que, insatisfeito com o que está vendo, reclama por mais empenho ou eficiência.

Fiquem com a declaração sensata do Paulo Sérgio, retirada do NETVASCO, que resume bem o que foi dito aqui:
"...Aqui é Vasco, e o Vasco é time de massa. Então, temos que estar preparados para a cobrança..."

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Ontem, antes do jogo, foi hasteado o pavilhão olímpico em São Januário. Pequena cerimônia, que confere à Colina Sagrada e à sua história a aura de olimpismo que faltava.

* Nas CNTP, o VASCO deve confirmar seu retorno ao lugar de direito contra o Bahia, em pleno Maracanã. Quer oportunidade melhor para pulverizar o recorde da mulambada?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

SÃO JANUÁRIO OLÍMPICO.

O COI decidiu hoje pela inclusão do rúgbi e do golf no programa olímpico de 2016. A simples escolha destes "esportes" merecia um post à parte. Não é normal achar que o golf pode agregar algum valor positivo à comunidade esportiva. O rúgbi, talvez. Este último é um esporte não muito caro e é bastante popular em vários países - os hermanos tem bastante tradição com a bola oval - já tendo sido inclusive esporte olímpico. Mas golf ?!?!?! Esporte extremamente elitizado, de prática cara, inacessível à maioria da população jovem e chato pra cacete. Só foi escolhido por pressão de uma marca de material esportivo, que quer a imagem do seu garoto propaganda popularizada na carona do espírito olímpico. Quero ver Tiger Woods se hospedar na vila olímpica...

Mas não é essa a motivação destas linhas. A escolha do Rúgbi respinga na Colina Histórica. São Januário foi escolhido para abrigar as partidas desta modalidade. As implicações da escolha são bastante óbvias. E preocupantes. Assim que a notícia saiu, li no NETVASCO, nota extraída do JB online, cujo trecho, que me arrepiou a medula, transcrevo abaixo:

"...Casa da bola oval Tradicional palco do futebol carioca, onde o Vasco manda a maioria de seus jogos. São Januário trocaria a bola redonda pela oval. Um dos estádios mais tradicionais da cidade mantém sua arquitetura quase inalterada. Logo, teria de passar por uma modernização para abrigar o evento. ..."

Modernização, com a ajuda inestimável do Priberam: tornar moderno, acomodar aos usos modernos, adaptar-se aos tempos modernos. Esta modernização tem dois aspectos preocupantes. O primeiro deles, de natureza estética, pressupõe a possibilidade de alteração, por menor que seja, na belíssima fachada do nosso estádio, que ornamenta o template desse blogue. Graças a Deus que alguma alma esclarecida sugeriu, e o pessoal do Instituto do Patrimônio Histórico acatou, o tombamento desse monumento de arquitetura. Nenhuma obra em São Januário pode ousar descaracterizar a fachada. O segundo aspecto tem relação com a acomodação do público. Para atender às exigências estúpidas do COI, São Januário deve ser "agraciado" com lugares numerados em todo o estádio. Esta exigência pode ser admitida na prática desse tal rúgbi, NUNCA para um jogo de futebol. Pior, um jogo do VASCO. O vascaíno que consegue se imaginar procurando o lugar indicado no ingresso para, civilizadamente sentado, assistir ao jogo, não vai se sentir à vontade lendo estas linhas. O futebol que eu conheço e defendo não combina com comportamento circunspecto. Arquibancada é lugar de gente apaixonada e ensandecida. Ali vive a alma do futebol. Modernização nenhuma pode privar a paixão de seu local sagrado.

As melhorias no entorno, feitas com dinheiro público, são devidas e mais que merecidas. Todos os rivais, de zona sul, ganharam várias intervenções urbanísticas, nesses anos todos, feitas nas imediações de suas sedes e estádios ?!?!?. Mas o VASCO é clube de subúrbio, de preto, pobre e português. Melhorias pra que? Esta foi a tônica por todo esse tempo em que São Januário conviveu com favelas (comunidade carente é eufemismo idiota), que surgiram, cresceram e se expandiram à sua volta. Favelas, é bom salientar, que acolhemos e adotamos e com quem temos a melhor das relações. Vizinhança da qual muito nos orgulhamos e a quem emprestamos nome: Barreira do VASCO. Pois a hora do povo pobre e feio chegou. Já escuto a voz bonita da moça do Metrô anunciando: Próxima estação VASCO DA GAMA, desembarque pelo lado direito...

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!

Curtas:

* Tá difícil falar de futebol sem se aborrecer. O time caiu muito de produção e a CBF privou o VASCO de dois jogadores que vem fazendo muita falta.

* Amanhã, contra a Ponte, a torcida do VASCO vai ter mais ingressos que a torcida local. É a lógica. Muito justo.




quarta-feira, 7 de outubro de 2009

VERDADEIRO ESTATUTO DO TORCEDOR.

Desde que me tornei blogueiro, adquiri o hábito de ler a opinião de outros que, assim como eu, se atrevem a escrever suas impressões e idéias e compartilhá-las aqui na blogosfera. Pois bem, nessas digressões diárias conheci muita gente boa. Aqui e lá no final da Dutra. Opiniões sensatas, outras nem tanto, desabafos, textos divertidos, cáusticos. Mas hoje li, e reproduzo, a essência do torcedor descrita de forma definitiva. O texto, publicado originalmente no Blog dos 13, do palmeirense Teo, é tão bom que já foi reproduzido no Cruz de Savóia e no Forza Palestra. Quero salientar que sempre defendi o futebol das minhas lembranças. Aquele do Maracanã lotado, com geral, sem lugar marcado, sem aqueles pedaços de plástico inúteis poluindo a arquibancada, sem setor de arquibancada onde as torcidas adversárias convivam pacificamente, com a PM separando as torcidas com um cordão de isolamento. Poucas referências de "civilidade", mas cheio de paixão e alma. Vamos ao texto:

1. Futebol não é festa.

2. Futebol não é divertimento.

3. Futebol não é um bom lugar para passeio.

4. Futebol não é um ambiente saudável, ao contrário, é doentio.

5. Evite levar criança ao estádio, a menos que esta seja mais madura que você (no meu caso não é difícil).

6. Evite levar mulher ao estádio, a menos que ela seja mais homem que você.

7. Evite levar qualquer pessoa ao estádio que não esteja focada na vitória do seu time.

8. Não use uma partida de futebol para networking profissional e/ou social. O ideal é que, ao te verem no estádio, todos se envergonhem de você.

9. Acredite em você, nas suas impressões e opiniões sobre seu time.

10. Despreze completamente a opinião da imprensa esportiva.

11. Se você acha que seu time vai ganhar, talvez ele ganhe.

12. Se você acha que seu time vai perder, ele vai perder. Vá ao jogo assim mesmo.

13. Não deixe que o trabalho atrapalhe o futebol.

14. Não deixe que nenhum programa ou compromisso atrapalhe o futebol.

15. Não deixe que um romance atrapalhe o futebol.

16. Não deixe que nada atrapalhe o futebol.

17. Acima do futebol, só a saúde. Ela que te permite viver para o futebol.

18. Seu melhor amigo é o seu time.

19. Despreze quem não gosta de futebol.

20. Ignore quem não gosta de você pelo fato de você gostar de futebol.

21. Fique onde você quiser no estádio, ignore os lugares numerados.

22. Nunca assista ao jogo ao lado de um torcedor adversário.

23. Odeie seu adversário no dia do jogo.

24. Identifique seu inimigo e odeie-o todos os dias da sua vida.

25. Debata com torcedores adversários verdadeiros, menospreze os farsantes.

26. Se um dia você for a um estádio sem alambrado, fosso ou qualquer divisão para o campo, sinta vergonha. O Brasil não é a Inglaterra.

27. Não relaxe durante o jogo.

28. Evite sorrir durante o jogo.

29. Não xingue os jogadores do seu time durante o jogo. Alguns merecem, mas não vai adiantar.

30. Xingue a arbitragem em todos os jogos, isso te fará bem.

31. Não se esforce por ingressos para torcedores ocasionais e oportunistas. Cuide do seu e dos legítimos habitantes daquele espaço sagrado.

32. Refute ser tratado como consumidor, você é apenas torcedor. Por sinal, você é muito mais que consumidor.

33. Cuide da sua própria segurança, nunca espere nada da PM.

34. Proteja-se da PM.

35. Volte do estádio sempre com a sensação do dever cumprido.


SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

DE COPENHAGUE, A REDENÇÃO !!!!!

O Rio, enfim, terá a redenção que merece. Depois de ter perdido o status de sede da Coroa Portuguesa, Distrito Federal, capital cultural, dentre outros títulos que já ostentou, o Rio volta a ser o centro das atenções. Maltratado por administrações estaduais e municipais caóticas, relegado à segundo plano pela União, num movimento que pulverizava a auto-estima do carioca, o Rio ia aos poucos perdendo o brilho, o espaço. O Rio agonizava. Mas a alma carioca resistia. Resistia na alegria sincera de seu povo. Resistia no reconhecimento de brasileiros que, despidos de rivalidades regionais, dedicavam ao Rio o tributo que a cidade merece. Resistia na magia dos domingos de Maracanã. Resistia na malandragem divertida das noites da Lapa. Resistia na beleza estonteante de sua gente e de suas praias e montanhas.

Eis que o Cristo, Redentor no nome, olhou por nós. Com os braços abertos, nos lembrava quão abençoada era nossa cidade. E, com sua grandeza silenciosa, deve ter ajudado a seduzir os membros do COI. Pronto, depois de garantir a final da Copa 2014, o Rio era escolhido como sede do maior espetáculo esportivo da terra. A auto-estima combalida, se renovou. A alegria esquecida, explodiu uníssona às 2 da tarde, quando foi anunciado o resultado final. As areias de Copacabana, Copa, para os íntimos, viram um reveillon fora de data. Era a redenção de uma cidade que nunca deixou de ser maravilhosa. Não para nós, cariocas nascidos ou não no Rio de Janeiro, que nunca desistimos dessa nossa paixão.

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O povo carioca é feliz por natureza. Precisa aprender a ser educado. Alguns comportamentos tipicamente cariocas, como estacionar em fila dupla, não respeitar sinais de trânsito etc, precisam ser erradicados. Nada que nos faça perder nossa alegria e nossa espontaneidade. A educação pode ser alegre, porque não?

Aos amargos, que preferem a comemoração contida ao estilo escandinavo, que acham cerveja e churrasco coisa de pobre, um conselho: Passem os próximos 7 anos na Europa. Os que eram contra a realização das Olimpíadas aqui, prevendo a farra com recursos públicos, um pedido: sejam úteis e ajudem a fiscalizar.

Viva o Brasil alegre, o Brasil descontraído, que quebra protocolo e faz gozação até com o Obama. Viva o Brasil do presidente Lula, que fala errado, mas fala com o coração. Se emociona e emociona o mundo com sua sinceridade desconcertante. Viva o Brasil que dá certo, o Brasil do crescimento, o Brasil que trabalha e que ajuda a construir o país do futuro, que já chegou. Viva o brasileiro que, se é de bem com a vida, feliz e descontraído, não importa onde tenha nascido, é carioca por definição.

Copa de 2014? Olimpíadas de 2016? Tá tudo dominado !!!!!!!!!!!!!!!!!


Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor.


Curtas:


* O Brasil começou perdendo na primeira eleição. Depois virou e venceu. E virada amigo, lembra o VASCO.

* São Januário deve ser sede de algum esporte nas Olimpíadas. Nada mais justo para um dos estádios mais bonitos e históricos desse país.

* Na adequação para sediar um evento olímplico, São Januário não pode, nem deve, receber dinheiro público. Nossa maior honra não pode ser maculada. Nosso estádio é NOSSO. Feito com o dinheiro suado de cada vascaíno do passado. Que o exemplo continue nos inspirando.

* O futebol cambaleante volta a ganhar umas linhas amanhã. Por ora, eu quero comemorar.