domingo, 29 de novembro de 2009

O ROBERTO, O ROBERTO !!!!!!!!!

Hoje o Papo na Colina começa uma nova série. Estaremos publicando textos de amigos e leitores que estão por aqui com a gente. Começamos por um grande amigo de Fortaleza. O Antonio é vascaíno praticante, como ele mesmo faz questão de frisar. Veio de família de vascaínos, e, mesmo longe do Rio, acompanha o VASCO de perto, sempre que pode. O texto fala da incrível final do campeonato carioca de 1981. A segunda partida, antológica, foi disputada numa quarta feira à noite, chuvosa. Muito chuvosa. Mas o resto, o Antonio conta...

Por Antonio Estevam Neiva

"Era o dia 2/dezembro/1981, uma quarta feira, e o professor de processo civil insistia em não acabar a aula do horário CD noite, muito embora ocorrendo o segundo jogo da final do campeonato carioca entre VASCO e Flamengo.

O VASCO havia vencido o primeiro jogo e necessitava de mais duas vitórias, por conta de um regulamento maluco, para sagrar-se campeão.

Terminada a aula, peguei um DOJÃO (Dodge Dart) que tinha, na verdade USAVA, pois pertencia ao meu adorao pai, e voei para casa.

Acho que dava para ver o marcador de gasolina baixando, pois os 208 HP de um motor V8 bebiam mais que pinguço em carnaval.

Cheguei em casa e não havia ninguém. Haviam todos, imaginava, saído pra casa do cunhao do meu irmão mais velhopara um compromisso social, e lá assistir o jogo. IMAGINEI que não havia ninguém em casa.

Quando cheguei, o jogo já estava praticamente nos 10/15 minutos finais.

A tensão era imensa. O marcador não saia o "ôcho" - 0x0, como dizia o falecido comentarista Geraldo Brêtas, de São Paulo, da extinta Tv Tupy.

A pressão vascaína grande, e o Flamengo de Zico e CIA resistino a tudo.

A chuva que caia no Maracanã era de matar sapo afogado, parecendo que o campo era despojado de drenagem.

43 minutos o segundo tempo, e uma bola mal cabeceada por um zagueiro do Flamengo chamado DEQUINHA sobrou nos pés o Roberto Dinamite, que avançou e marcou um gol sensacional e importante, transferindo heroicamente a final para o domingo.

Fiquei louco dentro de casa, gritando gol aos berros, com a vitalidade dos pulmões de quem nunca fumou e com apenas 18 anos.

Foram gritos estridentes, acho que ensurdecedores, daqueles que acordam a vizinhança, além de corrias e pulos loucos dentro de casa.

Nisso abre uma porta e vejo uma senhora de "chambre - é o novo", ofegante, apavorada com os gritos, sair o quarto que era da minha irmã, com a mão no peito e perguntando o que tinha acontecido.

Eu não parava e gritar e somente respondia: O ROBERTO, o ROBERTO, o ROBERTO...

Ela perguntou: Que Roberto, que Roberto, morreu, morreu ?????????

Eu disse não, O Roberto marcou um gol.

Ela verdadeiramente apavorada voltou para o quarto, com a respiração ainda ofegante e me repreendeu com veemência.

Era minha querida avó Ritinha, que passava uns dias conosco e não aceitou o convite para sair, tendo ficado sozinha em casa.

Para quem conheceu minha avó, ela deu um suspiro que era algo como "chipáááááááá"...

Saudades grandes, dela e do meu pai, que juntos estão no céu."

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Parabéns aos jovens jogadores dos juniores do VASCO que venceram o tradicional OPG, torneio de fim de ano, na final contra o Madureira.

* Em tempo - Nossa homenagem ao grande AMÉRICA. Seja bem vindo de volta à primeira divisão do campeonato carioca.

* Vi grandes times do América. Lembro bem das finais o campeonato carioca de 1982, vencido pelo VASCO. Um dos jogos finais foi contra o Mequinha. Maracanã cheio e a torcia rubra ocupando sua metade da arquibancada. Saaaaangueeee, Saaaaangueeee...era o grito de guerra que se ouvia alto. Eta, eta, eta, é sangue de .... era a resposta que nossa torcida dava imediatamente. Bons tempos. Grande América.

Um comentário:

  1. Brother, simplismente emocianante e de arrepiar o texto do irmão Vascaíno de Fortaleza, show de bola, genial a sua iniciativa.

    Abraço
    Jeferson

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Solta o verbo, amigo !!!!