sexta-feira, 15 de maio de 2009

O FUTEBOL E O MARKETING

Frequento arquibancada há 30 anos, aproximadamente. Pude acompanhar in loco a transição do que se convencionou chamar de "profissionalização do futebol". Hoje, os especialistas afirmam cheios de autoridade: O clube que não se profissionalizar está sentenciado ao fracasso absoluto. Esses arautos do futebol moderno definem a "profissionalização" como medidas que, tais como uma empresa, permitam a viabilização financeira dos clubes. A valorização das categorias de base (o jogador de futebol é a principal mercadoria de um clube), transformação do departamento de futebol em empresa e as ações de marketing, como, por exemplo, fazer do jogo de futebol um show, venda antecipada de ingressos, assentos cobertos para todos os torcedores etc, são as medidas que transformariam um clube fracassado em um clube vencedor.

Vamos por parte. Que um clube, uma empresa, um trabalhador só podem gastar o que ganham, todos sabemos. Gasta menos do que ganha = superávit. Gasta mais do que ganha=déficit. Aula de matemética do 2º ano fundamental. Como ganhar mais então? As fontes de renda de um clube são: Venda de jogadores, patrocinadores/parceiros, bilheterias, quadro de sócios e comercialização de produtos com a marca do clube. Exatamente como pregam os manuais dos especialistas de marketing esportivo. O que não se explica é como o futebol sobreviveu por mais de cem anos sem essas idéias salvadoras.

Nas minhas lembranças, tenho gravados vários domingos de Maracanã lotado, sem venda antecipada de ingresso. A gente chegava mais cedo, comprava o ingresso, assistia a preliminar, comia um cachorro-quente geneal e depois assistia ao jogo principal. Não havia animadores de torcida nem shows no intervalo. Não havia também sorteio de brindes nem ninguém me recepcionando na entrada das arquibancadas, a não ser a revista da polícia, é claro. E, por incrível que pareça, ninguém se sentia lesado ou achando que o ingresso tinha saído caro. Em campo desfilavam craques, e o único show que assistíamos era o realmente importante: Uma partida de futebol. A gente pagava por isso e era isso que a gente tinha. E como tinha. Estádios lotados, craques em campo, torcedor satisfeito. Trilogia comum na época do "amadorismo", tão desajada hoje, nos tempos do "futebol profissional".

Não sou um romântico incurável, nem saudosista. Só não quero ser manipulado por um discurso vazio, cheio de arrogância desses caras que parecem saber tudo. A maioria deles nunca chutou uma bola na vida. Vejo alguns cronistas na televisão e dirigentes de futebol e fico imaginando o "figura" jogando uma pelada na rua com uma bola dente-de-leite. Descalço. Não, não combina. É patente a total falta de intimidade com a bola. E esses sujeitos, enfunados, discutem táticas, lances e soluções para o futebol, como se do futebol fossem íntimos.
O marketing é uma realidade no futebol. Já era. Que seja feito, então, por pessoas que entendam verdadeiramente a essência e a alma do futebol. Os que não entendem e querem opinar, sejam mais humildes.

Curtas

O Fábio Fernandes é um cracaço da publicidade e vascaíno, adjetivo que eleva muito seu conceito. Torço pra que ele saiba captar essa essência de que falei. Ainda mais, que saiba entender verdadeiramente o que é ser vascaíno, que é ainda mais do que ser torcedor.

Como bom publicitário que é, Fábio Fernandes deve solicitar uma série de pesquisas e estudos acerca do universo do futebol. Algumas dessas pesquisas devem desmentir resultados divulgados pela imprensa mulamba. Isso, por si só, já justifica o cara na Vice-Presidencia de marketing do VASCO. Vem muita coisas boa por aí....

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

2 comentários:

  1. grande comentário amigo João. Também sou contra essa excessiva profissionalização do futebol, achando que é uma empresa.
    Empresa não tem paixão, tesão e outros fatores envolvidos no futebol.
    Que o Fábio faça um bom trabalho e ajude o nosso Vascão

    Abraço e sds vascaínas!

    ResponderExcluir
  2. Eu concordo que o mundo proficional é um jogo de futebol sim. Porque em um jogo de futebol entramos para jogar e ganhar , e não pra entrar e perder, a questão do Mkt e o Futebol é que os dois tem o mesmo objetivos que é ganhar.
    Eu acredito que temos que ter paixão com a empresa e se empenha com que as coisas só melhore nunca piorem. Então chego a conclusão que o futebol e o Mkt tem uma relação bem parecida.

    Abraço a todos.

    ResponderExcluir

Solta o verbo, amigo !!!!