IR OU NÃO AO ESTÁDIO?

O que motiva o torcedor a ir ao estádio? Essa pergunta, que parece fácil de responder, é mais complicada do que se imagina. Logo de início, é bom encontrar resposta pra uma pergunta que antecede a essa: O que é um torcedor? Sim, a coisa é complicada assim mesmo. Há aqueles que declaram simpatia a um time, são portanto torcedores desse time. Há aqueles que declaram amor. São mais torcedores que os primeiros? Não, não são. Podemos até classificá-los segundo a intensidade de sua paixão, mas terão que ser definidos como torcedores. Todos eles. Logo, se há níveis diferentes de simpatia e paixão, é preciso estabelecê-los para responder a questão inicial. Sugiro os seguintes níveis:

1º nível: Simpatizantes (tocedores de modinha, segundo a gíria de estádio)
2º nível: Adeptos (não há gíria pra esse, ainda)
3º nível: Apaixonados ( Se há alcunha, eu desconheço)
4º nível: Loucos (definição que dispensa apelido)

Os níveis são auto-explicativos. Apenas um pequeno comentário. Os simpatizantes e os adeptos se esbarram muito pouco no estádio, os loucos e os apaixonados se encontram com mais frequencia. Essas rotulações são realmente necessárias? Normalmente não. Mas, uma vez estabelecidas, explicam muita coisa e respondem à pergunta acima.

Para qualquer torcida lotar um estádio como o Maracanã, é preciso que lá se encontrem todos os níveis de torcedor. Não há clube nenhum cujos torcedores apaixonados e loucos sejam suficientes para encher um estádio. Porque são esses que vão ao campo ver seus times jogarem em quaisquer circunstâncias. Para eles, na alegria e na dor, o sentimento não para. A maioria esmagadora só vai ao estádio em momentos de festa - Há clubes em que o contingente de simpatizantes é realmente enorme (nesse caso, as cores vermelha, preta e branca não são mera
coincidência, no RJ e em SP). A gente encontra no estádio turistas, amantes do futebol, jornalistas e outros espectadores. Mas quem lota e faz espetáculo é o torcedor. Os simpatizantes só vão ao estádio em finais, jogos promovidos pela mídia globesca ou em outra circunstância muito favorável. O adepto vai com mais frequencia. Mas não vai quarta à noite, com chuva, em jogo transmitido pela TV aberta. Esse momento é reservado para apaixonados e loucos. Me incluo entre esses. Não sou louco, mas sou apaixonado.

O que me motiva a ir ao estádio é o prazer de ver o VASCO em campo, o prazer de ver o VASCO sobrepujar seu adversário, seja ele qual for. Não há para mim programa melhor que ver o VASCO jogar. Ainda bem que ele não joga todo dia. Sobra tempo para outros programas quase tão bons. De antemão, digo que não espero ser compreendido na minha paixão. Seja por que não há leitores para compreender o que digo, seja por que é realmente difícil entender esse tipo de sentimento. Um amigo recente, palestrino até a alma, já falava dessa paixão em seu primoroso post "E no Maraca vou curtir". Mas afinal, para qualquer pessoa sensata, a paixão é realmente difícil de entender.

Há hoje no VASCO um movimento de grandes amigos conhecido por "Guerreiros do Almirante". Eles tem aumentado significativamente a parcela de apaixonados e loucos da torcida vascaína. Não são "torcedores profissionais". São apenas apaixonados e loucos pelo VASCO. Essa portura tem "contaminado" positivamente outros torcedores. Aliás, se você é apaixonado pelo VASCO, apoia o time até nas circunstâncias mais adversas, você é um Guerreiro e não sabe ainda.

Alimento a esperança de ver um dia São Januário lotado de loucos e apaixonados, nem que seja para verem, numa quarta-feira em noite chuvosa, Amaral, Vilson, Gian e outros mais desfilando seus "talentos" em campo. E reconheço, simpatia, apenas, é muito pouco para tirar alguém de casa numa situação dessas. É preciso muito amor.






P.S. Torço para que o Palestra Itália esteja lotado de simpatizantes, adeptos, loucos e apaixonados logo mais à noite. Mas que sejam todos sensatos e pacientes. Para esse regulamento maluco, não levar gols em casa é quase tão importante quanto fazê-los. Boa sorte ao Verdão.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!