sábado, 12 de dezembro de 2009

A TORCIDA QUE MANDA.

Anunciei aqui uma informação que eu tinha, e que era vista como certa. Dava conta das negociações, bastante avançadas, para ter o ex-jogador Antonio Carolos como técnico do VASCO em 2010. O que ninguém esperava, inclusive eu, era a reação da torcida, rejeitando esse nome de forma peremptória. Por que a rejeição? O aspirante a treinador, quando jogava no Juventude-RS, se envolveu num episódio em que externou seu rascismo. Foi julgado e punido por isso. Se declara arrependido e diz que o fez em momento de forte emoção. A mesma lenga-lenga de sempre. Ora, se alguém em momento de raiva ofende um semelhante, usando a cor do adversário como mote pra ofensa, é porque acredita que isso, ter uma cor "diferente", é ofensivo. É a forma de externar com clareza o quão inferior e abjeto você julga seu oponente, apenas por conta da cor de sua pele. Se declarar arrependido é pouco. É preciso vencer o preconceito, a ponto de em outro momento de raiva, arrumar outra forma de ofender o adversário, sem considerar, de forma sincera, a sua cor como ofensa eficaz.

Se Antonio Carlos está mesmo arrependido, eu não sei. O que sei é que a torcida vascaína, orgulhosa da nossa história de lutas contra o preconceito e contra o racismo, disse, mais uma vez, um NÃO rotundo à essa forma abjeta de discriminação. O acerto que era dado como certo, retrocedeu. Pressionada pela reação da torcida, a diretoria recuou e partiu em busca de um novo nome, desmentindo boa parte da imprensa e esse blog. Desmentido que, pela forma como ocorreu, assumo orgulhosamente.

Vagner Mancini não tem um currículo fantástico. Está na estrada, como treinador, há uns 7 anos. Tem como título mais expressivo a Copa do Brasil, com o Paulista. Se conseguir levar o VASCO à conquista desse título, para nós inédito, já estará bom. Muito embora a expectativa da torcida seja bem maior. Gostei do nome. Essa renovação é sadia. Tem uma leva de muitos bons treinadores surgindo. E o melhor - sem a empáfia e a arrogância de certos figurões. São profissionais mais simples, com o linguajar mais "boleiro", menos estrelismo e não, por isso, menos competentes. Boa sorte ao nosso novo comandante.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Léo Gago, Élder Granja, Gustavo, Caíque, Geovane Maranhão, Jumar e Marcio Careca. O VASCO cumpriu a promessa de apresentar 7 reforços até sábado. De quebra anunciou o novo treinador.

* Não são nomes muito empolgantes. Nenhum craque consagrado. Mas para quem pretende disputar TODOS os títulos de 2010, elenco grande e qualificado é imprescindível.

* Rafael Sóbis e Rafael Coelho devem ser anunciados até a próxima semana. O Herrera ainda é sonho distante.

* Os que chegam, somados aos que ficam, formam um grupo muito bom. Se esses jogadores encarnarem o espírito vascaíno, pode dar liga...

* Em tempo: quer realizar o sonho de ver Cabañas, o matador de urubu, vestindo a camisa do VASCÃO? Junte-se a nós: QUEREMOS CABAÑAS NO VASCO. Faça uma visita e veja que é possível.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O DOUTOR E O FUTEBOL.

Assisti recentemente, na TV paga, uma entrevista com o Doutor Sócrates. Ele mesmo, o ídolo corinthiano dos anos 80 e de todo amante do bom futebol. Sócrates reproduziu nas suas respostas toda a inteligência e elegância que foram a marca do seu futebol. De nível intelectual muito acima da média observada entre os boleiros, o Doutor continua o mesmo sujeito irônico, quase debochado, principalmente quando percebe na pergunta alguma dose de maldade ou ignorância mesmo. Nada que o faça perder a elegância. Pelo contrário, destila sua irreverência com a mesma altivez com que desfilava e dominava o meio de campo. Dentre muitas coisas que falou, revelou que está trabalhando em sua tese de mestrado (é ou não é acima da média?). Vai defender a idéia de que o futebol perdeu espaço. Não na mídia, onde tem mais espaço que precisa, fazendo a farra de muito jornalista imbecil e despreparado. Mas no campo de jogo, o espaço físico, uma vez que o elevadíssimo nível de preparação física tornou o futebol um jogo "quadrado", segundo suas próprias palavras.

O termo quadrado vem bem a calhar. Não sei se foi usado por influência da propaganda de cerveja, ou se apenas reproduziu o senso comum, que sugere a idéia que quadrado é tudo aquilo notadamente chato, insosso, retrógrado, sem sabor, previsível, sonolento. É ou não é a definição perfeita para o futebol jogado hoje em dia? Disse ainda que o resultado de uma partida se define não pela capacidade criativa de quem vence, mas pela falta de atenção de quem erra e se permite ser derrotado. É exatamente isso que vemos: Vence aquele que erra menos, num pragmatismo entediante. Não há o jogador diferenciado, que resolve, em jogadas geniais, o rumo de um campeonato. O último a fazer isso foi o Edmundo, em 1997, há 12 anos atrás.

Como solução, o Doutor sugere aumentar o espaço do futebol. Em sua tese, vai propor a redução do número de jogadores - de 11 para 9. Ele acredita, e eu também, que assim vão surgir os espaços necessários que permitam ao craque voltar a fazer diferença. A outra solução, aumentar o campo de jogo, seria muito mais dispendiosa; muito estádio seria inutilizado para a prática do futebol, uma vez que mal comporta um campo nas medidas atuais...Como reflexão, sugiro aos amigos mais novos, que não viram o futebol dos anos 80, que assistam nas férias uma partida disputada há 20, 30 anos atrás. Vão poder observar como o jogo era mais cadenciado, mesmo numa decisão. As grandes jogadas se sucediam, tornando o espetáculo muito mais agradável e "redondo".

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Antonio Carlos vem aí. O Zago e o Gago. Não parece um início muito promissor, mas...

* A se confirmar a contratação, é bom lembrar ao Sr. Zago que São Januário, por sua belíssima história, não comporta manifestações de racismo.

* Nunca nos deram nada de graça. Nunca um título caiu do céu. As dificuldades e os obstáculos são o combustível que faz de cada vascaíno um vencedor.

* A vaia deselegante e desnecessária, dirigida ao nosso presidente que se esforçava pra parecer gentil e educado, desnuda o quanto a LEGITIMIDADE DO VASCO, com sua história verdadeiramente popular e imaculada, incomoda essa corja imunda. Mostra ainda quão parcial é essa imprensa asquerosa - Nenhuma palavra de censura a esse comportamento despeitado e mesquinho foi escrita.

* É bom demais torcer por um clube que não tem UM ÚNICO TÍTULO CONTESTADO. Deve ser muito desagradável ser taxado de usurpador de título alheio...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

FIM DE PAPO.

Acabou o futebol 2009. Nós, vascaínos, atingimos o objetivo. Não foi um ano pra se recordar. Fizemos apenas o suficiente, nada mais. Disputamos três competições. Ganhamos a única em que não havia desculpas que justificassem o fracasso. Ganhamos apenas o que era obrigação ganhar. Mas não foi um ano perdido. Hoje temos um patrocinador master compatível com a grandeza do VASCO. Temos um fornecedor de material esportivo que se esforça para estar à altura da responsabilidade que é vestir o VASCO. São mais de 15 milhões de vascaínos para serem vestidos. Temos ainda, ao fim da temporada, o que não acontecia há tempos, um esboço de time. Reforços são necessários, e serão sempre bem-vindos. Reforços, aliás, que já estão chegando. A expectativa da torcida para 2010 é a melhor possível. Depois de uma década perdida, tingida com a cor de apenas um título carioca, o de 2004, a esperança de dias melhores renasce.

O ano termina com o futebol carioca eufórico. Os títulos nas séries A e B, o milagre tricolor, e ainda o final dramático e feliz do Botafogo, podem fazer crer que o futuro agora é promissor. Não é. Dessas conquistas, a única previsível era o título do VASCO. Não porque foi o VASCO. Apenas porque o VASCO foi o único dos quatro que se programou e se organizou para conquistá-lo, em que pese tenha tido a tarefa mais fácil. O resto foi obra do acaso. Espasmos, que no caso rubro-negro, se não mudar a estrutura de seu futebol, só se repetirá em 17 anos. O futebol carioca precisa se estruturar, se organizar. Inclusive o VASCO.

Curtas:

* E o Dorival pode voltar sem sequer ter ido...

* Das contratações já anunciadas, o Léo Gago é o melhor nome. Muito bom jogador.

* O Rodrigo Caetano está fazendo um excelente trabalho. Criterioso nas contratações, indica jogadores depois de muita observação. Muitos vão vingar, podem ter certeza.

* Versão para "Pelados em Santos"??? Ô torcidinha cafona !

* Fodam-se a CBF, a globo e a cerimônia de premiação...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

ESCANCAROU DE VEZ.

Que a emiçora câncer tem preferência clara por um clube do Rio, é fato. Desde que surgiu, a rede globo adotou a corja da gávea como clube oficial da emiçora. Na década de 70, emanou de dentro dos gabinetes do Jd. Botânico a decisão de fazer do Sr. Marcio Braga presidente do clube. Há, inclusive, uma pesquisa, que se tornou tese de doutorado da Drª Marizabel Kowalski, onde os indícios e provas de que essa "popularidade" foi forjada estão elencados, comprovando o que já se suspeitava.

Acontece que nestas últimas rodadas do brasileiro 2009, a preferência descarada se aproximou do ridículo. Começando pela edição de "O Globo", no domingo do jogo Urubus x Goiás. Na página dedicada às matérias do time da gávea, aparecia, no canto inferior direito, instruções à torcida mulamba acerca do tal mosaico de 92 mil peças. Ora, um jornal dedicar um texto que tem como função orientar o torcedor como proceder para que o mosaico saia bonitinho é dose. Pensei que esse fosse o limite da desfaçatez. Mas hoje, no globo esporte, a Glenda anunciou que a emiçora câncer vai colocar 3 telões pela cidade. Nada justifica fazer isso por um clube específico, a não ser apoio descarado e deslavado. Apoio que deveria ganhar, definitivamente, contornos oficiais. Seria muito mais bonito a emiçora divulgar uma nota, declarando oficialmente sua preferência e apoio ao rubro-negro.

Quero deixar claro que não tenho nada contra a tal emiçora apoiar esse ou aquele clube. Mas que o faça de forma honesta, clara. Não dessa maneira dissimulada e nojenta com que faz há 40 anos. Essa atitude tira a legitimidade das matérias veiculadas em apoio ou exaltação ao VASCO, que é o que me interessa. Soa condescendente, falso, demagógico. E o VASCO não precisa disso. Somos o que somos por único e exclusivo sacrifício e dedicação de cada vascaíno. Nos tornamos esse clube gigantesco, com 15 milhões de torcedores, graças, exclusivamente, ao poder de sedução da Cruz de Malta, a quem dedicamos amor e fidelidade eternos. Cada medalha exposta em nossa sala de troféus é legítima, conquistada com suor e dedicação. Isso nos faz orgulhosos de nossa história. Uma história grandiosa, limpa e honesta, sem a mancha do "artificialismo", que ilustra o passado e o presente de clubes bem menos honrados...

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Curtas:

* Começou a era da conjugação dos verbos no futuro do pretérito. É um tal de "O VASCO teria feito...", "Fulano de tal teria sido sondado...", "Sicrano conversaria com o vice de futebol hoje à tarde...". Tudo lenga-lenga.

* Há a informação de que o técnico já está escolhido e apalavrado, faltando apenas acertar pequenos detalhes. Anúncio oficial terça-feira. Não é Mário Sérgio, para alívio geral na nação cruzmaltina.

* Leia mais sobre a farsa rubro-negra aqui e aqui.