ME DEVOLVE O BRINQUEDO !!!

O brinquedo pertencia àquela família havia gerações. Fora conquistado pelo patriarca que, muito velhinho, deixou em vida para os familiares na condição de usofruto. A parte abastada da família, embora muito menos numerosa, assumiu a posse do brinquedo e entregou-o ao primo rico. Assim foi por anos; quando muito, o primo rico deixava seu parente mais pobrinho assistir à brincadeira. Fingia até que eram amigos, mas sempre negava todos os pedidos do primo pobre para participar da brincadeira. Um dia, pressionado pelos numerosos parentes menos abastados, resolveu deixar o primo pobre brincar, com uma condição: Eu fico com o controle do brinquedo. Sugeriu o seguinte: eles jogariam, se o primo pobre ganhasse, assumiria o controle. Naturalmente o primo pobre, sem o hábito da brincadeira, perdia sempre. Depois de algum tempo, já acostumado com o jogo, o primo pobre começou a equilibrar e, eventualmente, quase ganhava. O primo rico percebendo a evolução do primo pobre, tratou de armar esquemas para, ainda que perdesse, o placar surgisse favorável a ele. Percebendo a desonestidade, a parentada pobre começou a reclamar. Os pais e tios do rico faziam o seguinte, distribuiam presentes para alguns de seus parentes pobres. Estes, agradecidos, não se metiam na briga. Com sua principal arma prejudicada, o primo pobre seguia perdendo.

Um dia, depois de quase destruir o brinquedo, e movido por uma falsa magnanimidade, o primo rico resolveu deixar o primo pobre assumir o controle do brinquedo. Foi uma festa no quintal da casa de um daqueles tios da parte pobre da família. Alguns parentes da parte mais abastada não gostaram, mas, mesmo torcendo o nariz, aceitaram. Acontece que o primo pobre, jogando anos a fio e sempre perdendo, aprendeu a jogar muito bem. A primeira coisa que fez, assim que assumiu o controle, foi consertar o brinquedo. O primo rico vendo o brinquedo novinho, quis de volta. Mas o primo pobre já jogava muito bem, não perdia fácil. O primo rico se conformou. Continuaram jogando. Mas jogar sem controlar não tinha a menor graça, dizia sempre o primo rico para seus pais e tios mais próximos. Até que ele perdeu a paciência de ser coadjuvante. Começou a xingar, querer bater, e quis tomar o brinquedo de volta à força. A parte pobre da família - já bem menos pobre - percebendo que seu filho ilustre jogava muito bem, resolveu pela primeira vez peitar a parte rica, à qual sempre se submetera sem discutir muito. Os grã-finos, afrontados com tamanha audácia daquela gentalha, juraram vingança e ameaçaram querer ganhar o jogo no grito. O primo pobre, muito senhor de si, declarou: No grito ninguém me ganha. Ou joga direito, ou aceita a derrota. Era uma afronta - onde aquele povinho fedorento pensava que estava? O primo rico perdeu as estribeiras. Agora chorava, fazia chantagem emocional, fingia que estava doente - chegou ao cúmulo de simular ter sido atingido por uma pedra na cabeça supostamente atirada pelo primo pobre, vejam só ! - enfim, fazia tudo que podia para sensibilizar seus parentes poderosos a ajudá-lo a recuperar o comanado perdido do brinquedo.

Mas já eram outros tempos. A parte pobre da família havia evoluído bastante. Já não se intimidava. O discurso amedontrador dos ricos, as táticas de distribuir presentes, as mentiras contadas já não faziam o mesmo efeito. O primo rico e mimado teve que engolir a derrota. O pior foi ter que escutar do parente pobre: Tem que treinar, Zé. No grito você não me ganha mais. Quando você aprender a jogar direito e conseguir me ganhar sem roubo e sem grito, o brinquedo volta a ser seu. Por ora, olhe e aprenda!

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* O comando do Exército, de forma muito tempestiva, já solicitou uma amostra da bolinha de papel que quase matou o candidato. Com alguns ajustes, cogitam usá-la como arma de guerra.

* Rola no pé do ouvido que os bispos da Regional Sul I da CNBB estão ameaçando com excomunhão as ovelhas que ousarem votar na candidata-que-mata-criancinha. Se as pesquisas mais recentes se confirmarem, vão sobrar poucas ovelhinhas nos pastos daquelas bandas.

* Anselmo Góis noticiou hoje na sua coluna de "O Globo", o jornal narigudo, que TODOS os grandes partidos elegeram parlamentares negros, exceto dois... ganha um doce quem acertar. Exatamente: O partido do primo rico...quer dizer, o PSDB e o DEM

* A propósito do jornal narigudo, hoje eles conseguiram uma coisa inédita: A manchete da página 3 dizia uma coisa. Lido à exaustão, o texto dizia outra completamente diferente. Ou eu sou muito burro, ou erraram feio na edição do jornal.

P.S.: Aos amigos vascaínos que me honram com suas companhias por aqui: Volto a falar de VASCO assim que a eleição acabar. Não há muita coisa interessante para falar do nosso time no momento, de qualquer forma.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!